Está aqui

Vida

Mar meu

Pouso o meu pé com a maior delicadeza do mundo e sou coberta pela areia mais fina que já estivera em contacto.

Fecho os olhos.

Inspiro.

Cheira a novo. Cheira a mar.

Abraço o cheiro e com todo o cuidado do mundo, vou abrindo os olhos. Eles sorriem secretamente. É o nosso segredo.

O meu coração que outrora batia furiosamente contra mim, começa a criar uma sinfonia com a minha respiração.

Sem perceber, a minha pele é cumprimentada por lágrimas ácidas que não sabia que existiam. Estou sozinha. Sempre estivera.

Sobre viver: sobreviver

A pessoa certa nunca lê isto. Por vezes, lê, mas não lhe fica preso no pensamento. As pessoas certas nunca leem isto. Os indivíduos (in)certos nunca passam pela sobrevivência; viver é tão mais leve, não é? Sobre(viver) é tão duro. E sorrir custa muito mais do que ficar com o meu corpo nu em contacto com os meus lençóis de cetim enquanto conto as lágrimas que escorrem pelas minhas mãos. Não quero fingir nem aguento mais sobre(viver).

Rui Nabeiro – o senhor Alentejo faz 90 anos

Rui Nabeiro - poucas figuras serão tão queridas e consensuais a uma faixa tão alargada da população que a sua imagem acaba por se tornar um símbolo de uma região.

O “Comendador” - como carinhosamente é tratado pelo povo de Campo Maior - celebra hoje 90 anos.

Nasceu a 28 de março de 1931, na vila raiana de Campo Maior, no seio de uma família humilde que se sacrificava para que os filhos pudessem ir à escola e Rui Nabeiro estudou até à 4ª classe do ensino primário.

Vamos participar no plano de mobilidade?

Crónica eutópica #2 

Évora é uma cidade demasiado “autocêntrica” e tem sido planeada e gerida em função dos automóveis. Segundo os últimos dados disponíveis (CENSOS de 2011)  80% das pessoas que se deslocavam em Évora por motivos de trabalho faziam-no de automóvel. E cerca de 2/3  dos estudantes também se deslocavam de automóvel. Dez anos depois esses números são, certamente, bem superiores.  

Alterações no Processamento da Informação Sensorial

O tratamento das perturbações sensoriais tem vindo a ser alvo de um número cada vez maior de estudos científicos.

O desenvolvimento sensorial ocorre ao longo do tempo e a manipulação e processamento dos estímulos que se recebem, permitem a sua integração sensorial.

C(alma) comigo

(Lê isto antes de eu me ir embora. Leva-me de volta à noite em que nos conhecemos – em que me conheci.)

Indenidade

Não te consigo ver.

Está tudo tão cinzento.

Mexe-te, por favor. Esforça-te por mim.

A nuvem insiste estar permanentemente desenhada à minha frente com um olhar incerto que nem o teu sorriso a consegue iluminar.

Não te afastes de mim; eu sei que me consegues ver, eu consigo sentir-te do outro lado.

Lição ao meu eu heurístico e existencialista

Sacrifico o meu coro ao afirmar que já não és a mesma menina escritora, até porque já foste capaz de admitir que a fragilidade humana está incutida no nosso sangue, e não estamos aptos a suportar todos os choques desta vida que atingem o (a) nosso (nossa) corpo (alma). A vida mata; o amor mata, e deixa-me que te diga que não voltaria a deixar morrer o meu interior outra vez; só para poder sentir a intensidade dessa tua vida repleta de benevolência, dessa tua dor. Mas sabes que a felicidade corrói a inevitabilidade da humanidade e, consequentemente, também a minha pele.

Tempo sem senso

O tempo mandou avisar que leva tudo, insistindo que nem o que parece cruel o é. Que tudo acabará por ter um sentido, por mais impiedoso que pareça.

Deito-me com o olhar dirigido para as nuvens, que formando desenhos inconstantes, parecem dançar com o azul claro do céu. Isso é bom, certo? Está claro simbolizando tranquilidade. Fecho os olhos e quem está a nadar agora sou eu. É a minha vez de sonhar com um mundo utópico; será que ele chegará para mim?

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