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Sociedade

A CAIXA

A Carlota era filha única e tinha uma caixa guardada debaixo da cama. Carlota não contava a ninguém o que guardava na caixa. Era de madeira lacada e tinha um cadeado. Só Carlota tinha a chave e só Carlota conhecia os segredos da sua caixa. Não era uma caixa de Pandora nem guardaria todos os males do mundo. Era uma simples caixa onde se guardavam os segredos de infância, as recordações da adolescência e os sonhos do futuro que se esperavam melhores ainda do que o planeado.

NÃO! NÃO, NÃO E NÃO!

As noites seguem-se embebidas no mesmo movimento solitário que é ser-se humano: paredes de cal branca, uma casa simultaneamente gaiola que nos limita e nos acomoda, uma cabeça saturada das palavras ditas e reditas na futilidade dos dias, uma boca que aprecia o silêncio que é o sufoco de ter uma cabeça saturada das palavras saturadas dos dias saturados. Do outro lado da cama há quem durma e quem questione o silêncio no seu silêncio e a distância entre os silêncios trocados é mais curta que a distância de uma linguagem repetida e banal.

O MAIS IMPORTANTE É...

O mais importante é manter importante o que é importante, e tantas as vezes nos esquecemos disto, a realidade é que as solicitações da sociedade são tao frequentes que tomamos as partes como o todo.

ALENTEJO FECHOU O CICLO DE REUNIÕES NA EDUCAÇÃO

Na passada sexta feira, o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, fechou em Évora um ciclo de reuniões com os diretores das escolas e onde tem apresentado o modelo integrado de avaliação externa das aprendizagens no Ensino Básico.

No final desta sétima e última apresentação, aos diretores das escolas alentejanas, o ministro fez um balanço “altamente positivo”, revelando que estes encontros acabaram por ser muito importantes porque “levamos dúvidas, mas, acima de tudo, soluções para muitas das questões que fazem parte do quotidiano das escolas”, afirmou.

A FÁBRICA DE PROVÉRBIOS

Máximas, axiomas, adágios, provérbios, ditados populares ou anexins, sempre os ouvimos, supostamente, desde a mais tenra infância. Infelizmente, no meu caso, por ter nascido e crescido no estrangeiro, aprendi poucos ditados populares portugueses quando era criança.

Quando, aos dezanove anos optei por vir para Portugal, apercebi-me de que ignorava grande parte dos provérbios portugueses. Assim, comecei já com um handicap essa minha aventura pelas letras lusas. E se creio ter superado a minha insipiência lexical, fiquei com esse calcanhar de Aquiles.

OS PORMENORES DAS CASAS QUE CONSTRUÍMOS

Sei pouco desta realidade como dela me contam. Sei pouco da loucura que é sentir-se demasiado e dizer demasiado pouco por isso quando me perguntam o que é o amor nunca respondo concretamente. – Parece tão simples quando pensamos abstratamente no conceito do amor mas de alguma forma as palavras parecem nunca estar ao nível de uma descrição digna.

A ESTAÇÃO

Entrei na estação, duas estações acima da estação de saída. Era uma estação de comboios já antiga, rodeada de um manto de neve que transformava toda a rua num longo caminho branco e gelado, escondendo debaixo o seu manto verde de relva que adormecia gelada sob o cobertor forçado. Tirei o bilhete na máquina automática e sentei-me na sala de espera, aquecida e despida de qualquer enfeite na parede. Lá dentro, dois longos bancos de madeira que deixavam que o sol, entrado pela janela, se sentasse ao lado de todas as pessoas. A estação era fria e ao mesmo tempo, muito quente no seu interior.

O ÚLTIMO GRANDE PENSADOR PORTUGUÊS

Faria hoje 110 anos um dos últimos grandes pensadores portugueses. Nascido no Porto em 1906, George Agostinho Baptista da Silva foi filósofo, foi poeta, foi ensaísta e pedagogo; os seus pensamentos são de tal modo marcantes que ainda hoje se mantêm bem vivos nos círculos intelectuais portugueses.

O MÉRITO É DO ELEFANTE

Na semana passada um amigo meu partilhou no facebook um estudo que concluía que desempenhar um trabalho de forma competente tinha pouca relevância nas promoções e na progressão profissional, e que na prática o mérito é totalmente irrelevante em muitas empresas e no Estado.

A minha primeira reação: que verdade de la Palice!

A TERRA ESTÁ A ARDER

O ano passado, 2015, fica registado na História da Humanidade como o ano mais quente de sempre. Não há registo de um ano com uma média de temperatura tão elevada como este, facto que, a manter-se poderá mudar a Terra e as suas próprias condições de habitabilidade.

Buscam-se as causas e a mão do Homem surge à cabeça, essencialmente pela elevada emissão de gases que acabam por provocar efeito de estufa o que leva ao aquecimento global do planeta.

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