Está aqui

religião

O CRESCENTE FUNDAMENTALISMO LAICO

Estamos prestes a concluir mais uma época estival. Vem aí o regresso aos hábitos diários, à rotina instalada pelas circunstâncias, à cadeira de secretária com a mesma disposição de sempre e à azáfama das compras do material escolar para o inicio do ano letivo.

Para trás, ficou amarrado, em modo pausa, o conjunto de inquietações e preocupações que muitos enfrentam. Contudo, há um episódio que me ficou cravado na memória, um daqueles que a comunicação social adora mexericar e repetir durantes os períodos noticiosos.

POLÉMICAS DE GALINHEIRO

Ainda hoje me consigo lembrar da minha primeira experiência com galinhas e galinheiros. Devia ter uns dez anos - a minha memória, carcomida pelas traças de uma preocupação e ansiedade mundanas, já não é a mesma - e uma adoração pelos animais maior que a que exibo hoje. Mas eu não estava preparada para aquilo, para aquele encontro repentino com a desordem e a histeria.

ONDE ESTÁ DEUS?

Um monge budista dispôs-se a ser estudado enquanto rezava sentado numa sala com uma máquina de nome SPECT (tomografia computorizada de emissão monofotónica) com um cateter intravenoso no seu braço. Quando entra em transe, a equipa do Dr. Andrew Newberg, do Centro Myrna Brind de Medicina integral da Universidade Thomas Jefferson, em Filadélfia, Estados Unidos, injeta-lhe um rastreador radioativo. Esta substância irá preparar o seu cérebro para que possam ser captadas imagens e contrastes prodigiosos, como de fosse um retrato da alma em êxtase religioso.

UM TETO, TRÊS FÉS - O EXEMPLO ALEMÃO

Em Berlim está a ser projetada “A Casa de Um”, uma casa que será sinagoga, mesquita e igreja e onde judeus, muçulmanos e cristãos vão poder rezar.

A “Casa de Um”, um teto, um local, um templo, será partilhada como local confluente de diferentes fés em Berlim. Pelo menos assim o desejam um rabi, um imã e um pastor que estão a reunir fundos de modo a passar este projeto do papel à realidade.

Porque há actos que não nos podem passar ao lado

150! Sim, 150 estudantes foram barbaramente assassinados no Quénia por rebeldes do Estado Islâmico ligados à Al-Qaeda.

150 jovens que cometeram uma única e exclusiva ousadia perante os terroristas: assumiram-se como cristãos levando a que tal “confissão” lhes custasse a vida.

Continuamos a assistir a actos de barbárie como se assistiu no tempo do nazismo. Em prol de quê? De fundamentalismos escondidos atrás da religião, defendendo tudo a quanto esta se opõe.

Conferência sobre religião, política e liberdade de expressão junta hoje personalidades em Évora

Jean François Blarel

O Embaixador de França, o embaixador jubilado de Portugal na Líbia e a vice-Presidente da Plataforma Internacional de Imigração e Cooperação serão três das personalidades que estarão hoje em Évora para o debate "Aqui em discussão: Política e Religião! Je Suis Charlie? Liberdade de expressão condicionada?". Este ocorrerá pelas 14:00 no Palácio D. Manuel e pretende abordar temas como os quadros limites da liberdade de expressão, caricaturar para brincar com religião e insultar um político entre outros.

A liberdade de imprensa, a laicidade europeia e a cultura islâmica radical

Após o hediondo atentado que ocorreu no coração da Europa, atingindo Paris de forma vil e inesperada, toda a comoção e solidariedade causadas pelas vítimas deste acto terrorista levar-nos-ia para uma complacência com o jornal Charlie Hebdo. Mas passado algum do calor próprio da proximidade com o acontecimento, haverá ou não legitimidade de um cidadão querer ser Charlie e se assumir solidário com um jornal marginal, caricatural e que ofende a fé dos cidadãos, europeus e não só, recolhendo epítetos como pasquim nojento [autoria D.

Páginas