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Opinião

DA MEMÓRIA DAS COISAS

Às vezes, não raro, dou por mim a pensar nas coisas. Penso no dia que começou, se for de manhã. Penso na noite, se for de tarde. Penso em quase tudo e não penso em nada ao mesmo tempo. Por vezes, nessas alturas em que estou a pensar nas coisas que foram, nas que não foram, nas que podiam ter sido e nas que foram, mas não aconteceram da maneira que gostaria, surge um lapso de memória. Visualizo uma planície que é interrompida e substituída por altos edifícios de uma cidade que parece agressiva, mas não o é, e fecho os olhos pensando em que dia da semana se podem comprar, na cidade, os vegetais que são cultivados na planície.

A CONVERSA

Hoje não me apetece falar contigo. Acho que aquilo que era para ser dito já foi tantas vezes que não vale a pena nos repetirmos em parágrafos longos e cansativos como fizemos tantas vezes. E para quê? Para acabarmos sem nos falar durante semanas como sempre aconteceu? Hoje não me apetece que fales comigo. Imagina que sou um manequim estático e mudo, sem vida. Imagina que sirvo apenas para enfeitar uma montra de uma loja numa rua qualquer de Portugal, onde pouca gente passa e onde está um cartão escrito a marcador e colado a fita-cola que diz: Saldos de 15 de agosto a 14 de setembro.

LIVROS

Na casa do Ti João havia uma prateleira cheia de livros. Embora não soubesse ler nem escrever, o Ti João gostava de ter livros em sua casa. Quando os netos o visitavam, a casa enchia-se de alegria e os livros saíam da prateleira e andavam de mão em mão como as pombinhas da Cat’rina. Mais do que os seus livros, o Ti João amava os seus filhos e os seus netos. As lágrimas escorriam-lhe pelo rosto abaixo quando ouvia o barulho do carro deles, a virar a encosta, o qual lhe transformava os dias taciturnos e fazia com que as nuvens que cobriam o Sol se dissipassem, como o nevoeiro, nas manhãs frias.

ESTUDOS DE OPINIÃO: INFORMAR OU INFLUENCIAR?

Com a proliferação de estudos de opinião nos media (novos e tradicionais), o cidadão comum tem acesso a informação, sobre as preferências e atitudes dos seus co-cidadãos, que poderá influenciar as suas tomadas de decisão, sejam elas de consumo, eleitorais ou outras.

No caso particular das sondagens pré-eleitorais, está comprovado que os resultados difundidos afectam a decisão de voto no dia das eleições, ao fornecer indicadores que alteram a expectativa do eleitor quanto ao resultado das eleições.

NOVOS CRONISTAS EM ESTREIA

A próxima semana marcará a estreia de dois novos cronistas.

Já amanhã, estreia Sandra Fontinha, natural de Bordéus, professora na área das línguas, sindicalista, ativista política e poetisa e que escreverá quinzenalmente, aos domingos.

 

Na quarta, será a vez de Paulo Ferreira, especialista em Economia e Gestão, professor do Ensino Superior e autor de vários livros na área da Economia, Gestão e Empreendedorismo.

GERAÇÕES ABANDONADAS PELA POLÍTICA

A maioria das pessoas da minha geração está afastada da política. Muitas razões poderiam ser aqui referidas, contudo, parece prevalecer a ideia de que a política se desvinculou de nós e que, na generalidade, somos desconsiderados no contexto do calculismo dos atos eleitorais, marginalizados pelo foco implacável dos principais partidos políticos.

No entanto, a maioria destas pessoas está preocupada com o seu futuro e isso é tudo o que importa para mudar o rumo dos acontecimentos, o rumo das opções políticas, enfim, o rumo do quotidiano das nossas vidas e transmitir esperança às próximas gerações.

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