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literatura

Raul Minh’Alma vai encontrar-se com leitores em Ourique

O escritor Raul Minh’Alma vai estar hoje, sexta-feira (10), em Ourique para um encontro com os seus leitores.

De acordo com a Rádio Pax, durante este encontro vão ser discutidos vários temas, como o amor e a vida, estando também prevista uma sessão de autógrafos.

O encontro de Raul Minh’Alma, que recentemente lançou o livro “Como se fosse a primeira vez”, com os leitores está marcado para as 18:00 desta tarde, na Biblioteca Municipal de Ourique - Jorge Sampaio.

 

Fotografia de lifestyle.sapo.pt

Janeiro

O mês tinha começado com um frio moderado. O pior não era o frio em si, mas o vento e a chuva que se fazia sentir no monte. Quando falamos de montes no Alentejo, falamos das casas que se espalham pelas serras ou planícies.

Janeiro não era assim tão diferente dos outros meses, nem o era das outras pessoas a pessoa de quem falamos. É verdade, também se chamava Janeiro o homem que morava no monte.

Évora: Prémio Vergílio Ferreira atribuído a Ondjaki

A Universidade de Évora (UÉ) acaba de revelar que o grande vencedor do Prémio Vergílio Ferreira deste ano é Ondjaki, escritor, livreiro e artista de diversas disciplinas.

Em comunicado, a academia refere que “este galardão, instituído pela Universidade de Évora em 1996, incide sobre o conjunto da obra de um autor que se tenha distinguido nos domínios da ficção ou do ensaio”.

Sentir

Outrora quebrada, ela respira esperança com o auxílio da simplicidade. Outrora em peças espalhadas, há um abraço que a traz de volta a casa. Há beleza que cobre um corpo. Há vida por detrás de um sorriso. 

Um lar. Dois corpos. Almas separadas. Corações cruzados. Felicidade.

A duração da música foi cortada e nela, no presente, reina um silêncio aconchegante.

Dois fantasmas aparecem a lutar. A lutar por não conseguirem tirar as mãos um do outro. Os vestígios que imploramos para não desaparecerem.

A salamandra

Olhando fixamente para o céu cinzento, o homem de cara fechada, sentado em cima de um tronco de azinho, sabia já que a chuva ia voltar.

Essa certeza deixava-o com sentimentos diferentes. Por um lado, inundava-o uma felicidade muito grande que lhe assegurava a água a alimentar as terras e as barragens e ribeiras cheias. Por outro lado, os perigos que a água trazia consigo assustava-o e pensava que, em demasia talvez causasse os estragos que vira, pela televisão, na grande cidade de Lisboa.

Universidade de Évora lamenta morte de Nélida Piñon

A Universidade de Évora (UÉ) lamentou ontem, 18 de dezembro, a morte da escritora Nélida Piñon, que descreveu como “uma das mais reconhecidas vozes da literatura brasileira contemporânea” e que distinguiu, em 2019, com o Prémio Vergílio Ferreira.

Passaporte

Nem todos temos um. Embora todos nós, cidadãos de países onde se pode viajar, tenhamos direito a um, possamos utilizá-lo para sair de um território que é nosso nacional, passar por outro, chegar a outro ainda, nem todos temos um. Nós os portugueses temos um cartão de cidadão que nos identifica, que nos dá um número de identificação, um número de pagamento de impostos, um número para receber uma reforma nos anos mais serôdios da nossa vida e um outro que nos dia quando e onde podemos ir ao nosso médico.

Nenhuma das opções está correta

O tempo passa e nós passamos pelo tempo. Tantas vezes o tempo passa por nós e não sabemos bem como entender se é ele a adiantar-se, se o atraso é nosso, se as coisas são assim ou diferentes na vida de cada um. O tempo baralha-nos. Na vida, nos serviços públicos, nos transportes, em todo o lado. Até parece que nos regemos por aquela famosa frase dos testes de escolha múltipla, em que nenhuma das opções está correta…

Sabias de cor

Vem-me buscar. Estou onde sempre estive, sem pressas. Está na (tua) hora e o meu relógio bate constantemente nos ponteiros que exigem paz num mundo nosso.
Atrás da minha respiração, está a nossa canção a reproduzir-se sistematicamente e a minha mente implora, sussurrando sobre o dia que partiste e deixaste-me sem fôlego. Quero voltar a
casa. Suplico por conforto.

As cantigas que trauteamos

Era pequenino. Novinho e já ouvia e tentava imitar as cantigas que ouvia trautear. É um verbo bonito e diferente. Nunca tive muito, diria nenhum, sucesso nas minhas tentativas de imitação a cantar. Até ao dia de hoje, e isso não mudará certamente enquanto eu viva. Também, não sei quanto tempo vou viver. A nossa duração física e carnal é sempre uma incógnita. Houvera uma bola de cristal e certamente muita gente a usaria para descobrir o seu tempo nesta terra.

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