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literatura

34 COM A 7.ª

Da minha janela de casa vê-se o pátio interior de um prédio onde vive muita gente cujos rostos não me são familiares. Se algum dia os vi, não me recordo deles. Se os voltar a ver, não me recordarei da última vez em que os vi. Ter vizinhos num prédio em que o convívio se restringe a um olá como está no elevador quando é caso disso torna-nos um número de apartamento e uma caixa de correio. Somos isso.

DE ESTÔMAGO CHEIO II

A novela Coração, Cabeça e Estômago, como vimos na última crónica, corresponde a três fases distintas da vida de Silvestre da Silva. Na primeira, apaixona-se por sete mulheres assim que as vê, acabando sempre por ser rejeitado e até injuriado, o que fere a sua natureza sensível e exuberante, deixando-o abalado física e psicologicamente: “Recolhi-me com um catarral e estive onze dias de cama”1.
 

MIGAS

Isto, se tudo correr bem, aterrei há poucas horas em Lisboa, volto a pisar o solo da capital, no Aeroporto Humberto Delgado. A longa caminhada entre a saída do avião e a recolha das bagagens faz-me pensar, passo após passo, que estou a pisar território nacional mais uma vez, durante alguns dias apenas. Recordam-me estes passos a primeira vez que saí do país. Corria o ano de 1996 e fui passar oito dias a Londres, precisamente a um intercâmbio sobre a União Europeia com jovens de todos os países. Recorda-me esta viagem os bons momentos que foram e a nova experiência que foi para mim.

ARROZ DE TAMBORIL

Era um domingo normal, como qualquer domingo que seja passado em casa e em família. No céu uma ou duas nuvens quebravam a monotonia do azul e deixavam antever um dia não muito quente, sem ventos fortes nem possibilidades de aguaceiros. Na casa número 134 da rua da Agonia, uma casa estreita em frente mas longa em comprimento para a parte de trás, onde ainda tinha um jardim amplo, onde estavam duas oliveiras, um limoeiro, um pessegueiro e duas laranjeiras. Fazia lembrar a forma como as casas holandesas se distribuem na cidade. Vi isso pela primeira vez em Malaca.

DIZ-SE QUE JÁ FOI...

Aconteceu na sexta-feira, num ambiente familiar e de descontração, a apresentação do livro "FALAR POR TRÁS DAS COSTAS" de João Pulquério Paula.

Num fim de tarde agradável no bar Avista do "Vitoria Stone Hotel", em Évora, o autor apresentou o livro que resulta da dissertação de mestrado em Sociologia que realizou na Universidade de Évora subordinada à temática do boato, sendo este um dos poucos estudos existentes sobre este fenómeno social.

PÉS LAVADOS

Descontraído. Sentado na varanda do meu minúsculo apartamento, num tórrido dia de Verão, olhava para o mar em frente, através de um olhar escurecido pelos óculos de Sol vintage. O prédio ficava num décimo segundo andar e não era, em nada, diferente, de todos os outros que se dispunham virados para o oceano. Era um dia quente. Tão quente quanto todos os outros antes, começando a contas nos catorze dias em que estava na praia.

ANDAM A "FALAR POR TRÁS DAS COSTAS"

Diz-se por aí que dia 1 de julho, amanhã, será apresentado, pelas 17h00, no bar Avista do "Vitoria Stone Hotel", em Évora, o livro "FALAR POR TRÁS DAS COSTAS" de João Pulquério Paula.

Ouvimos dizer também que este é um dos poucos estudos existentes sobre este fenómeno social, no entanto, não conseguimos confirmar, embora tenham sido várias as pessoas que nos referiram esta informação.

TI XICO

Ti Xico Tirador só saía do monte nos meses do Verão e ficava por fora a temporada quase toda. Ti Xico Tirador ganhara a alcunha por passar os meses de verão de machado na mão a tirar cortiça nas planícies do Alentejo. Filho de gente humilde, nascido num monte isolado no meio dos montes, Xiquinho depressa foi crescendo e passou a Xico Tirador e, mais tarde, já na segunda parte da vida, passou a ser o Ti Xico Tirador em sinal de respeito por todos os seus pares e pelos mais novos.

LEVAR, LER E DEVOLVER AO… FRIGORÍFICO

Abrir um frigorífico, num jardim, tirar um livro, levar para casa lê-lo e que lhe peçam que o devolva a um qualquer outro frigorifico tem tudo para que lhe possa parecer uma história rocambolesca de Hollywood, no entanto, é bem verdade e é no Alentejo.

O Projeto "Levar, Ler e Devolver" será inaugurado a 21 de junho, no jardim municipal de Santiago do Cacém e é uma iniciativa que visa promover a leitura e a cultural democratizando o acesso dos munícipes e visitantes aos livros e à leitura.

DE ESTÔMAGO CHEIO I

 

“_ O meu amigo Faustino Xavier de Novais conheceu perfeitamente aquele nosso amigo Silvestre da Silva…

_ Ora, se conheci!... Como está ele?

_ Está bem: está enterrado há seis meses.”1

 

Morto de morte falecida, mais propriamente de caquexia, apesar de ir a banhos (de mar) na Póvoa de Varzim, que acabaram em banhos de chuva, assim finou Silvestre da Silva, folhetinista, poeta, filósofo, jornalista e político.

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