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Cinema

The trouble with Harry e outras notas

The trouble with Harry (1955), Alfred Hitchcock

Há um morto que fez muito bem em ter morrido. Ninguém vai discordar. Um problema: não soube morrer e deixar os outros, os vivos, descansados. Ainda assim, como já se disse, fez ele, o morto, muito bem em ter morrido. E justamente quando morreu. Na altura certa. Nem antes nem depois da hora devida...

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Foi o primeiro filme de Shirley MacLaine:

Diz-se por aí que não é um grande Hitchcock. Como se isso fosse possível.

Metropolis e outras notas

Metropolis (1927), de Fritz Lang

Simbólico, na época considerou-se que excessivamente. Não poderia ter sido de outro modo, afinal. Vive da grandeza imagética, mas assenta em motivos, em acessos simples – práxis habitual na sétima arte, e mais ainda nos seus primórdios.

A pintura de Jean Michel Basquiat e outras notas

Artista com poucos estudos, que não pode viver sem a palavra, sempre presente, por vezes abarcando o quase tudo da obra, em fundo branco, bege ou negro.

Os rostos sem qualificação possível, bocas extensas e olhos não raras vezes de sangue. Quanto aos olhos, naquele ponto para lá da perplexidade, mesmo para lá do medo.

Braços abertos ou em súplica, ou por raiva; suprema raiva – conclui-se. Outras tantas vezes apenas latente. Morreu jovem, pois claro.

O FIKE já tem vencedores e data para 2019

Já são conhecidos os vencedores do FIKE 2018: “Altas cidades de ossadas” de João Salaviza, “Surpresa” de Paulo Patrício e “Tracing Addai” de Esther Niemeier.

 A 15.ª edição do Festival Internacional de Curtas Metragens de Évora decorreu de 12 a 23 de novembro com mais de duas semanas de programação de cinema para as Escolas, mostras de cinema e três dias de competição na sala histórica do Teatro Garcia de Resende.

Agostinho da Silva e Barry Lyndon de Stanley Kubrick

Agostinho da Silva

Portugal deu forma duradoira à terra, deu caminho lógico ao mar – fechando-o, restando-lhe para o futuro criar condições para o que o mestre chama de céu aberto na terra. "Céu palpável, contactável, sem ser apenas conceito ou crença. A impressão de se ter chegado ao máximo."

O que ainda não se fez, mas já se sonhou, no sonho acordado que é a ficção.

Filmes e outras notas breves 2

Samsara, de R. Fricke (porque apetece inundar de beleza, mesmo que advenha da dor, dor sempre distante, por isso subjectiva, e potencialmente bela, como uma explosão formidável da qual não vemos as consequências).

The Walk, de R. Zemeckis (porque a sequência da travessia faz vibrar, também porque a comoção foi tomando o lugar da vibração, e por fim porque dá a compreender o que sente aquele que flutua no etéreo; enfim, especificidades de um certo cinema).

Filmes de Guerra – 2 Filmes de Margarida Cardoso

Costa dos Murmúrios -

Pequena anedota referida pela autora do livro, Lídia Jorge: desejava mais sangue. As imagens têm pudor nos filmes de Margarida Cardoso.

Como reagem perante a guerra aqueles que nela não participam, tendo de estar nas suas imediações. Estão, mas não lhe pertencem. São as esposas dos valorosos soldados. Para onde pode escapar esse olhar? Para o interior, para o que as imagens não mostram.

Palavras chegam depois, são o veículo que se segue ao olhar. E ambos dizem mais do que mostram as imagens.

Yvone Kane -

Easy Rider

Easy Rider (1969), também sobre sonhos, a ascensão do realizador e o êxtase no horizonte do desencanto (i.e., o crepúsculo algures na fronteira do Texas com a Louisiana):

 

Acordar de um sonho é imperativo que se presta a muitos equívocos, mas também uma benesse, e convenhamos que não há assim tantas por aí. Como adormecer, o antecedente natural.

Elvas já tem cinema três vezes por semana

Fruto de uma parceria inédita entre a Câmara Municipal de Elvas e a NOS, a cidade raiana alentejana vai passar a poder assistir a três sessões de cinema semanais, no Auditório de São Mateus, já a partir desta semana, e permitindo a população possa assistir aos melhores na semana em que estreiam.

Esta iniciativa foi apresentada, na passada semana, na Biblioteca Municipal de Elvas, na presença de Luís Nascimento, administrador executivo da NOS e de Nuno Mocinha, Presidente da Câmara Municipal de Elvas.

O reencontro com Rollerball

O reencontro com Rollerball, o de 2002.

O espírito de cada época é prisão a que ninguém escapa, pois não se percebe como tal. Mecanismo ilusório, visto como livro de instruções; isto é, uma necessidade determinada por regras supra-terrenas. Enfim, crença que não se distingue da fé, já estamos habituados.

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