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Cinema

Jean Claude Brisseau e Henry Miller

Apontamento sobre o cineasta Jean Claude Brisseau (com um piscar de olhos ao perverso mais sincero – apetecia dizer singelo – que este mundo alguma vez conheceu: Henry Miller)

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O programa pode ser visto aqui.

Deste Lado da Ressurreição

Deste Lado da Ressurreição (um filme instável e potencialmente falhado (dito como elogio) de Joaquim Sapinho):

O título é enigmático e predispõe ao sorriso expectante. Também pelos vestígios do (ainda assim não muito) que se leu sobre o assunto. Começa – e começa bem. O contraponto de silêncios entre o interior / entrada do cenóbio e as sequências de surf. Silêncios? Expressão talvez equívoca. Interiores, representações de fé, céu, mar, debaixo de água, depois um grito que naquele ponto já sabe a pouco. As imagens são, de igual modo, dispares, ou de grande ou de recôndita beleza.

Notas sobre Gram Parsons e Ron Fricke

Gram Parsons - Return of the Grievous Angel

Para esquecer não há melhor veículo do que a música. Sempre o tive bastante claro. O que durante uma boa meia-vida não me passou pela cabeça foi vir a usar para esse efeito uma canção com raízes na música country. Até que apareceu Gram Parsons com o seu Return of the Grievous Angel. Não se declara sobre, ouve-se – e então deixamo-nos ir no seu lamento travestido.

The trouble with Harry e outras notas

The trouble with Harry (1955), Alfred Hitchcock

Há um morto que fez muito bem em ter morrido. Ninguém vai discordar. Um problema: não soube morrer e deixar os outros, os vivos, descansados. Ainda assim, como já se disse, fez ele, o morto, muito bem em ter morrido. E justamente quando morreu. Na altura certa. Nem antes nem depois da hora devida...

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Foi o primeiro filme de Shirley MacLaine:

Diz-se por aí que não é um grande Hitchcock. Como se isso fosse possível.

Metropolis e outras notas

Metropolis (1927), de Fritz Lang

Simbólico, na época considerou-se que excessivamente. Não poderia ter sido de outro modo, afinal. Vive da grandeza imagética, mas assenta em motivos, em acessos simples – práxis habitual na sétima arte, e mais ainda nos seus primórdios.

A pintura de Jean Michel Basquiat e outras notas

Artista com poucos estudos, que não pode viver sem a palavra, sempre presente, por vezes abarcando o quase tudo da obra, em fundo branco, bege ou negro.

Os rostos sem qualificação possível, bocas extensas e olhos não raras vezes de sangue. Quanto aos olhos, naquele ponto para lá da perplexidade, mesmo para lá do medo.

Braços abertos ou em súplica, ou por raiva; suprema raiva – conclui-se. Outras tantas vezes apenas latente. Morreu jovem, pois claro.

O FIKE já tem vencedores e data para 2019

Já são conhecidos os vencedores do FIKE 2018: “Altas cidades de ossadas” de João Salaviza, “Surpresa” de Paulo Patrício e “Tracing Addai” de Esther Niemeier.

 A 15.ª edição do Festival Internacional de Curtas Metragens de Évora decorreu de 12 a 23 de novembro com mais de duas semanas de programação de cinema para as Escolas, mostras de cinema e três dias de competição na sala histórica do Teatro Garcia de Resende.

Agostinho da Silva e Barry Lyndon de Stanley Kubrick

Agostinho da Silva

Portugal deu forma duradoira à terra, deu caminho lógico ao mar – fechando-o, restando-lhe para o futuro criar condições para o que o mestre chama de céu aberto na terra. "Céu palpável, contactável, sem ser apenas conceito ou crença. A impressão de se ter chegado ao máximo."

O que ainda não se fez, mas já se sonhou, no sonho acordado que é a ficção.

Filmes e outras notas breves 2

Samsara, de R. Fricke (porque apetece inundar de beleza, mesmo que advenha da dor, dor sempre distante, por isso subjectiva, e potencialmente bela, como uma explosão formidável da qual não vemos as consequências).

The Walk, de R. Zemeckis (porque a sequência da travessia faz vibrar, também porque a comoção foi tomando o lugar da vibração, e por fim porque dá a compreender o que sente aquele que flutua no etéreo; enfim, especificidades de um certo cinema).

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