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Arte

A ovelha que falava línguas

Há muitos, muitos, mas mesmo muitos anos, viveu uma ovelha nas serranias do Caldeirão, ainda no concelho de Almodôvar.

A coletora de segredos

Respinga era um ser que, como o seu nome diz, não parava sossegada.

Respinga acordava por volta das cinco e meia da manhã e adormecia às 11:30 ou 23:30. Praticamente, nunca dormia. Respinga era uma pulga! Isso mesmo que ouviu, ou leu, Respinga, pulga de nascença, é a nossa personagem desta semana.

Nascida nas ovas das pernas, fruto de outra pulga, por acaso de uma ovelha, Respinga desde cedo se começou a diferenciar de todas as restantes irmãs.

O último voo da poupa

A poupa poupava muito dinheiro em viajar de autocarro. Mesmo em longas distâncias, preferia o transporte mais barato. Não tinha nada a ver com o seu nome, embora, claro, se é poupa, poupa.

Tinha mesmo de poupar esta poupa pois tinha um ninho cheio de ovos e uma prole tão mais numerosa quanto o número de ovos que tinha no ninho.

Embora poupada, havia sempre despesas que levavam a que a pobre gastasse dinheiro. Não me vou referir à forma escatológica como construíra o seu ninho.

A fuga do peru

Dia 26 de novembro do corrente, antecipando a grande festividade do dia do peru nos Estados Unidos, Macário, um peru grande e encorpado que vivia no meio desse país, antecipou um acontecimento que o deixaria em sérios problemas, se não, questão de vida ou de morte. Neste caso sabemos que seria mais de morte.

Há uma tradição aqui deste lado do Atlântico de sacrificar um animal que será barbaramente degustado por um número enorme de comensais. Trata-se do Dia de Ação de Graças. Quem não acha muita graça são os perus. Neste caso Macário não achava mesmo piada nenhuma.

O elefante que conhecia tudo

Seu nome próprio era elefante embora os amigos se dirigissem a ele como ele. Vivia em África e nunca tinha vindo ao Alentejo. Podia até já ter vindo mas não era o caso.

A família era numerosa. Havia elefantes grande e havia elefantes pequenos. Havia primos e tios e afilhados e coisa que tal.

Elefante tinha uma vida cheia. Já tinha vivido muito e nunca se esquecia de nada. Daí terá surgido uma famosa expressão de memória de elefante. Era mesmo assim este ele.

Nem doente, nos seus últimos dias, se esquecia de nada.

A galinha dos ovos de chocolate

Numa ilha tropical vivia uma galinha. Morava no interior da ilha e era uma galinha sabida e curiosa, ao contrário das outras galinhas que não eram assim muito interessadas por questões astrofísicas. A galinha Gá Gá era muito diferente de todas elas. As outras galinhas levavam uma vida normal de galinha, como se espera... bicavam milho e sementes, comiam coisas frias e quentes, bebiam água da ribeira e do bebedouro e punham ovos.

O sapo encantado

Num reino muito distante, onde as árvores não falavam, onde os habitantes vestiam roupas de encantar, onde todos falavam a cantar, havia um habitante especial. Tão especial que merece uma fábula nossa. Chamava-se Teodoro e era um sapo. Vivia, num mundo em que os sapos eram simples plebeus e gente de baixa e má rês. Teodoro tinha um sentido de justiça muito especial. Fugia do padrão do resto dos sapos e das rãs, mas mesmo assim conseguia entrar nos nervos de algumas espécies com capacidades mágicas.

Madam Patchouli

Quando se é uma lady, é-se uma lady em todos os sentidos da palavra. Nada dessas músicas que se cantam por aí de uma lady na mesa e outra coisa noutros sítios.

Museu da Tapeçaria de Portalegre expõe obras de Almada Negreiros e Maria Keil

Em Portalegre, existe um dos mais distintivos museus nacionais. O Museu da Tapeçaria de Portalegre - Guy Fino transforma obras de arte em tapeçaria desde há décadas e manteve uma estreita ligação com muitos artistas nacionais.

Agora, o museu alentejano vai expor setenta e sete obras de Almada Negreiros e Maria Keil, desde tapeçarias, cartões, desenhos, azulejos, entre outras formas, e que estarão patentes ao público até 31 de dezembro.

A caravela portuguesa

São dois dias na vida de uma alforreca. São dois dias na vida de um ser do mar que viaja ao sabor das águas. Porém, esta não era como as outras. Era diferente, tinha personalidade e, diga-se de passagem, que personalidade. Uns dias, a nossa alforreca, cuja sua graça era Medusa, estava bem e eufórica, outros dias estava em baixo e absolutamente furiosa. Só conseguia pensar numa coisa e isso não era nada de bom.

Medusa, poderei arriscar, sofria de alguma forma congénita de bipolaridade. Não haveria outra forma de pôr as coisas na frente do senhor leitor.

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