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Arte

Claude Monet

A luminosidade antecipa, dobra e explode, e deixamos de poder ver. É nesta aparente contradição que os impressionistas encontraram o seu caminho. Não era um logro, antes uma hipótese – na verdade, a única. Querer ver no excesso de luz um máximo de nitidez é apenas o senso comum para lá do senso comum a funcionar: quando nos atiram um jorro de luz directamente para os olhos passamos a ver melhor? Claro que não, é o oposto. Mas é mesmo assim ou é antes...o verbo correcto utilizado de forma errada? Digamos que sim.

Catherine Breillat, a escritora…

Em caso de dúvida – o que não deixa de ser compreensível –, que se aprove o cinema de Catherine Breillat. E isso porque entende o campo das imagens como um espaço central de afirmação da mulher como entidade independente, decidida e sexual. As dúvidas e, se quisermos, hesitações das suas personagens existem como evidência para o mais do que atempado (necessário) contraditório ao status que impõe a mulher como ser a purificar. Breillat é mulher e acredita na penetração e na busca do prazer - e não como elemento de resposta, mas de descoberta e posterior certificação.

A Revolução de Veludo (parte II)

Anos 70, Londres, sob o habitual céu cinzento, “refulge de brilhantes e maquilhagem”, uma nova ordem simbólica emergiu, fundeada na cena musical. Recolheu e abrigou miúdos, lascivos e os “náufragos das sarjetas”, acenando-lhes com o excesso de cor e oferecendo-lhes ídolos que se parecem com os seus reflexos nos espelhos. O GlamRock reina, e disso mesmo somos informados pela insuspeita BBC.

“Todos somos bissexuais!” – Palavras aladas vindas da boca de um jovem sorridente com uma mulher nos braços.

A Revolução de Veludo (parte I)

Ninguém respeita mais o sagrado que os não crentes. Até porque quando o encontram, não foram a livros ou discursos fáceis. Sabem escolher. Ao não crente dá-lhe para a rebeldia e menos para a contemplação acrítica; é da sua natureza, digamos. E quando lhe dá para a confissão, fá-lo por se querer reencontrar e não para alcançar a absolvição. Méritos, esses, não são sequer comparáveis, pois, convenhamos, é muito mais assustador saber que nunca se saberá o que se encontra para lá do Universo, do que imaginar lá uma divindade benigna à sua imagem.

Arte: 20 Mulheres gritam “We Are Here!"

É no Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, que os trabalhos de 20 mulheres artistas estão expostos e dizem “Wah! (We Are Here!)”.

A exposição “Wah!” – patente até 30 de junho - reúne obras de variados tipos de arte como escultura, pintura, desenho, instalação, performance, gravura ou vídeo, entre outras, e procura refletir as questões que presidem ao debate sobre a presença ou ausência da criação feminina nos circuitos e instituições de arte.

A Morte De Um Apicultor – um livro.

Ler a obra-prima de Gustafsson é um privilégio.

Desde logo pelo título. Principiando pelo português, é claro. Conciso, estético, qual poesia distorcida a remeter para a dureza do inequívoco.

The Magnetic Fields: 50 Song Memoir

Não foi amor à primeira vista. A expectativa, essa sim, era imensa, as circunstâncias exigiam-no. Afinal, na memória (como não?), havia uma espécie de irmão mais velho que a seu tempo tudo esmagara. Uma sombra sem fim à vista numa Terra que é esférica e, por isso, sem fronteira definida – o que convém destacar, mesmo se óbvio, dados os tempos confusos.

4 notas juntas

1 -Aldous Harding - Blend

Recorde de portugueses no Festival Internacional de Música do Marvão

Já é conhecida a data e programação da edição 2018 do Festival Internacional de Música do Marvão (FIMM).

De 20 a 29 de julho, a edição deste ano tem um recorde de participação de artistas nacionais, quer seja em música de câmara, orquestras ou a solo e, entre eles, muitos distinguidos no Prémio Jovens Músicos RTP/Antena 2.

A VERGONHA, DE INGMAR BERGMAN

A Vergonha (Skammen) (1968), de Ingmar Bergman

Um filme sobre a guerra dirigido por Ingmar Bergman. Eis uma frase que soa estranha. E em bom rigor, logo que o filme começa começamos a ouvir falar de uma guerra. Pouco se adianta, mas sabemos que já decorre há algum tempo.

Mais, a fórmula usada nos planos iniciais do filme já é sintoma dessa guerra. E depois a guerra chega, i.e., é mostrada. Artifício de explosões depois dos maus presságios.

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