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Opinião

A Revolução de Veludo (parte I)

Ninguém respeita mais o sagrado que os não crentes. Até porque quando o encontram, não foram a livros ou discursos fáceis. Sabem escolher. Ao não crente dá-lhe para a rebeldia e menos para a contemplação acrítica; é da sua natureza, digamos. E quando lhe dá para a confissão, fá-lo por se querer reencontrar e não para alcançar a absolvição. Méritos, esses, não são sequer comparáveis, pois, convenhamos, é muito mais assustador saber que nunca se saberá o que se encontra para lá do Universo, do que imaginar lá uma divindade benigna à sua imagem.

O mar

Olho o mar e vejo nele as lágrimas que deito, quando me sento no beiral, quando acabo as palavras e lanço um suspiro ao ar que me rodeia. Olho o mar e vejo nele a minha alma. Vejo no azul sereno os dias que me correm bem e no mar revolto a angústia e a fúria interior. Não tenho os olhos azuis, por isso não se refletem neles as cores das águas do oceano.

Os Sinais

É verdade que parece que volto a um assunto semelhante ao do artigo anterior e talvez por isso me sinta constrangido por admitir que vocês, os leitores, se fartem do que escrevo. Mas eu, na maioria das vezes, escrevo por impulsos e por sentimentos de alma, e é por isso que volto à liberdade.

"Quatro tiros calaram-na. Quatro tiros deram-lhe mais voz."

Esta é uma das frases da jornalista do Expresso Christiana Martins numa peça dedicada ao homicídio de Marielle Franco num atentado que vitimou também mortalmente e feriu uma das suas assessoras.

Marielle era vereadora do Rio de Janeiro, tendo entrado para a política na sequência do homicídio de uma amiga sua.

Tendo sido a sua intervenção uma constante, nas últimas semanas foi uma das vozes que se levantou quanto à atribuição de poder de vigilância e segurança à polícia militar.

A Morte De Um Apicultor – um livro.

Ler a obra-prima de Gustafsson é um privilégio.

Desde logo pelo título. Principiando pelo português, é claro. Conciso, estético, qual poesia distorcida a remeter para a dureza do inequívoco.

Ferrovia no Alentejo: o que falta resolver

Recentemente foi lançado o concurso para a construção da ferrovia entre Évora e Elvas e o início da obra entre Elvas e Caia. Contudo, prevalece uma forte incerteza no que respeita às paragens dos comboios de mercadorias no distrito de Évora, mas também relativo ao processo de expropriações.

O unicórnio que falava a rimar

As palavras, quando juntam as letras e se formam no ar, são invisíveis. Pairam no ar até que alguém lhes lance as orelhas e as apanhe. Aí transformam-se numa coisa com sentido e causam as mais estranhas sensações ou emoções. Assim era no planeta dos unicórnios. Nem sempre é assim no nosso. Umas vezes ouvimos e damos significado, outras vezes, não ouvimos ou não queremos ouvir. Ah, tantas vezes é assim. Tantas vezes as palavras têm efeitos nocivos e tantas vezes têm efeitos deslumbrantes. Podem ser palavras de ódio e palavras de amor. Podem ser palavras secas e palavras húmidas.

A emergência da Regeneração Urbana num país a duas velocidades!

O ano 2017 voltou a registar novos máximos históricos no mercado imobiliário. Mas não foi assim em todo o território nacional. Assistimos a fortes assimetrias entre aquilo que foi o crescimento verificado nas zonas metropolitanas, com as suas urbes, e o interior do país onde os centros das pequenas vilas continuam a requer uma ampla renovação e reabilitação, e algumas aldeias já estão mesmo condenadas a definhar.

O desafio do novo CDS: Pragmatismo na Ideologia

«...) Depois de qualquer eleição a sensação dos políticos - quer tenham perdido quer tenham ganho - é a de que o povo mais profundo acaba de entrar todo num comboio, dirigindo-se, compactamente, para uma terra distante. Esse povo voltará apenas, no mesmo comboio, nas semanas que antecedem a eleição seguinte.» Gonçalo M. Tavares in “ O senhor Kraus”

A água não se esgota no debate, esgota-se na torneira

Há coisa de um mês, presenciámos um enorme feito da humanidade, a SpaceX lançou para o espaço um foguetão gigante, seguro, confiável e, acima de tudo, reaproveitável, que colocou em órbita um Tesla Roadster. Embora, ao volante do carro seguisse apenas um boneco vestido de astronauta, o mundo pôde assistir em direto às imagens mais fascinantes que um condutor pode ter do Planeta Azul.

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