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Literatura

A escada

Subiu, subiu, subiu. Quando pensava que ia começar a ver o fim da escada, eis que as nuvens se sobrepunham e tapavam tudo. A escada, assim, parecia não ter fim. Talvez a nossa personagem procurasse algo que não tem fim, algo que não termine e seja só interrompido por uma camada densa de nuvens que dão a ideia de se ter chegado ao céu. O paraíso fica depois das nuvens que o escondem.

Na minha perspetiva

Se eu pudesse voar, seguiria até aos teus braços que me acolhem como se fossem casa. Se prestar atenção acompanho a melodia que o teu coração forma constantemente. Se tu prestares atenção a quem seguras, conseguirás ouvir o sorriso que se revela pela razão que guardamos como o segredo mais profundo que carregamos.

As nossas mãos unem-se e os meus olhos nos teus pedem por mais sabendo que vivo presa num sonho. Os meus pés ficam elevados para ficar mais próxima a ti, de forma a que os nossos corações se juntem e formem um só.

Um parafuso a menos

Último dia de primavera, quase altura de começarem as férias do verão, depois de um ano muito cansativo de trabalho, Loitão tinha tudo pensado para essa nova fase do calendário gregoriano. A sua vida poderia ser diferente ou ser completamente igual ao que era até aí. Dependia só daquilo que pudesse acontecer no tempo intermédio. Loitão era um homem trabalhador e muito esforçado. Dedicava-se inteiramente ao seu trabalho e a sua vida pessoal e familiar reduzia-se a quase zero, uma vez que não tinha nenhuma há muito tempo.

Nasce hoje no Alentejo a mais pequena biblioteca do País

Hoje, 23 de abril, Dia Mundial do Livro, nasce numa pequena freguesia alentejana a mais pequena biblioteca do País. A abertura desta muito pequena biblioteca acontece hoje às 15h00 em Cabrela, no Concelho de de Montemor-o-Novo e é uma celebração conjunta inédita entre aquela junta de freguesia alentejana e a Casa das Letras Bed&Books e tem o apoio da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, Direcção Regional de Cultura do Alentejo e Câmara Municipal de Montemor-o-Novo.

Reguengos de Monsaraz recebe Feira do Livro

A Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz acaba de revelar que a Feira do Livro vai decorrer de 23 de abril a 1 de maio e estará aberta ao público diariamente das 14:00 às 22:00 no Parque da Cidade.

Em comunicado, a autarquia refere que a abertura oficial se vai realizar no sábado, 23 de abril, pelas 16:00, “seguindo-se uma hora depois a apresentação da Escola de Música da Sociedade Filarmónica Harmonia Reguenguense e às 18:00 a atuação do Grupo de Dança Contemporânea da ADAP – SAR”.

Bárbara Tinoco abre Primavera no Campo Branco em Castro Verde

A Primavera no Campo Branco vai regressar a Castro Verde a partir do dia 21 de abril e até dia 30, com um concerto de Bárbara Tinoco e muitas outras iniciativas, sob o signo dos 48 anos de Abril.

Em comunicado, a autarquia de Castro Verde revela que “concertos, exposições, teatro, livros e leitura, artes plásticas, desporto, atividades infantis e de ar livre são algumas das iniciativas que, por estes dias, acontecem em diversos pontos do concelho”.

Jornalista João Céu e Silva ganha Prémio Literário Joaquim Mestre

O romance “Guadiana”, da autoria do jornalista João Céu e Silva, é a obra vencedora da 3.ª edição do Prémio Literário Joaquim Mestre, promovido pela ASSESTA – Associação de Escritores do Alentejo, em parceira com a Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA).

De acordo com a Lusa, a cerimónia de entrega do prémio e respetivo ento da obra vai decorrer na Biblioteca Municipal de Beja, em outubro. A associação refere ainda que a obra vencedora foi escolhida no passado sábado, na reunião do júri da terceira edição do prémio.

O espaço entre as árvores

Viajo de comboio. Sentado no meu assento, percorro as diferentes terras, as diferentes casas escondidas atrás das árvores e além do arame que separa a linha do resto do mundo.

Vejo-me no espaço entre as árvores, através de um vidro meio empoeirado.

O facto de viajar de comboio, numa linha quase recta sem sobressaltos faz-me olhar, concentrado, para o espaço entre as árvores, para o que me foge da vista e não se deixa apanhar pela minha retina. Não me é possível focar num só elemento, nem guardar na memória tudo aquilo que passa por mim, ou melhor, aquilo por que passo.

Murmúrio

Na hora em que os sinos tocam cronometrados com as luzes claras e com as luzes escuras, o dia deixa de o ser e passa a ser noite. É a transição que maravilhosamente ocorre todos os dias. Em vários pontos do globo, a transição acontece, sem que nela se conste haver um interregno vincado. A noite subtilmente sobrepõe o dia e nesse momento em que se transformam, as coisas soltam murmúrios e esses murmúrios são o sol do interior de cada objeto.

Uma Primavera que urge chegar

Por Álvaro Folhas

No passado domingo, 20 de março, às 15:33 horas, deixámos para trás o Inverno. Deu-se o Equinócio da Primavera.

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