Esta semana, o PS anunciou que vai voltar a apresentar proposta no âmbito do combate à discriminação sexual.
Desta feita a proposta abrange a adopção por casais de pessoas do mesmo sexo, temática que tinha ficado de fora aquando da apresentação do projecto de lei que permitia a co-adopção.
Já era mais do que tempo de se discutir esta matéria na sede onde o tem que ser: Na Assembleia da República.
Ainda esta semana, embora com a abstenção de toda a Direita, foi aprovada a inclusão da identidade de género no Código do Trabalho, terminando-se assim mais uma etapa no caminho contra a discriminação no local de trabalho.
A proposta da co-adopção foi sem dúvida um grande passo, mas deixou um espaço em branco que, a meu ver, agora ficou preenchido.
É mais do que tempo de se abrir caminho à adopção por casais de pessoas do mesmo sexo, acabando-se com a hipocrisia que actualmente se regista. Hipocrisia onde todos defendemos a liberdade e identidade de género mas onde existem pessoas que estão impedidas de adoptar uma criança devido à sua opção sexual.
Onde está a igualdade e a liberdade neste tipo de atitude?
Os critérios para a aceitação de candidatos para a adopção de crianças não poderão nunca passar pela opção sexual. O principal critério tem de ser sempre a defesa do interesse da criança.
É preciso mudar algumas mentalidades? Certamente.
No entanto, tal como acabou por acontecer com a aceitação do casamento de casais de pessoas do mesmo sexo, as mentalidades mudam-se com a convivência com a realidade.
Existem casais de pessoas do mesmo sexo que têm exactamente as mesmas condições para criar e educar uma criança que diversos casais heterossexuais mas que, devido à sua opção sexual estão impedidos de o fazer.
Existem crianças que dariam tudo para ter a oportunidade de viver em família mas que, por um critério altamente discriminatório se vêm forçadas a continuar a viver em orfanatos talvez por tempo indeterminado.
É esta a ideia de liberdade que queremos transmitir?
Hoje mais do que nunca a discussão dos direitos, liberdades e garantias está no centro de todas as conversas.
Aproveitemos então esta onda e abramos de vez a porta a esta temática sem preconceitos e sem discriminações.
Venha daí o tempo do fim da discriminação.