18 Janeiro 2015      00:00

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Uma nova luta: contra a discriminação

Esta semana, o PS anunciou que vai voltar a apresentar proposta no âmbito do combate à discriminação sexual.

Desta feita a proposta abrange a adopção por casais de pessoas do mesmo sexo, temática que tinha ficado de fora aquando da apresentação do projecto de lei que permitia a co-adopção.

Já era mais do que tempo de se discutir esta matéria na sede onde o tem que ser: Na Assembleia da República.

Ainda esta semana, embora com a abstenção de toda a Direita, foi aprovada a inclusão da identidade de género no Código do Trabalho, terminando-se assim mais uma etapa no caminho contra a discriminação no local de trabalho.

A proposta da co-adopção foi sem dúvida um grande passo, mas deixou um espaço em branco que, a meu ver, agora ficou preenchido.

É mais do que tempo de se abrir caminho à adopção por casais de pessoas do mesmo sexo, acabando-se com a hipocrisia que actualmente se regista. Hipocrisia onde todos defendemos a liberdade e identidade de género mas onde existem pessoas que estão impedidas de adoptar uma criança devido à sua opção sexual.

Onde está a igualdade e a liberdade neste tipo de atitude?

Os critérios para a aceitação de candidatos para a adopção de crianças não poderão nunca passar pela opção sexual. O principal critério tem de ser sempre a defesa do interesse da criança.

É preciso mudar algumas mentalidades? Certamente.

No entanto, tal como acabou por acontecer com a aceitação do casamento de casais de pessoas do mesmo sexo, as mentalidades mudam-se com a convivência com a realidade.

Existem casais de pessoas do mesmo sexo que têm exactamente as mesmas condições para criar e educar uma criança que diversos casais heterossexuais mas que, devido à sua opção sexual estão impedidos de o fazer.

Existem crianças que dariam tudo para ter a oportunidade de viver em família mas que, por um critério altamente discriminatório se vêm forçadas a continuar a viver em orfanatos talvez por tempo indeterminado.

É esta a ideia de liberdade que queremos transmitir?

Hoje mais do que nunca a discussão dos direitos, liberdades e garantias está no centro de todas as conversas.

Aproveitemos então esta onda e abramos de vez a porta a esta temática sem preconceitos e sem discriminações.

Venha daí o tempo do fim da discriminação.