3 Outubro 2014      01:00

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Proteger o ambiente: que chatice!

Partimos hoje da singela ideia de que o nosso planeta se encontra inexoravelmente a aquecer. A partir do Século XIX, mas sobretudo no início do século XX, o crescimento económico foi arrebatador. Tal deveu-se aos novos processos de fabrico e às potencialidades dos recursos naturais usados doravante na indústria.

A novidade trazida pela revolução industrial ficou expressa no aumento da eficiência das fábricas europeias e no progresso das suas economias, mas não somente. No que concerne ao ambiente, o antropoceno é o fenómeno que marca em definitivo a rutura com o passado. O homem que até ali fora agente passivo do seu habitat, adquire uma nova dimensão de ator geofísico major, capaz de condicionar o futuro da própria espécie e do planeta.    

Já nem nos merece a alusão de que a utilização das energias fósseis engendrou um efeito positivo nas economias dos países industrializados. A emergência ambiental reside, hoje, em pregar aos sete ventos os malefícios das energias fósseis para o ambiente. Todos os decisores parecem conscientes do incremento da concentração de CO2 na atmosfera, do aumento da temperatura média dos nossos oceanos e do ar atmosférico, bem como das respetivas consequências.

Somente o respeito do ambiente representa um investimento que alguns dos nossos concidadãos poluidores não estão na disposição de fazer. A razão, alegam, é que outrora foram os países desenvolvidos que poluíram sem quaisquer constrangimentos. Alicerçaram o seu desenvolvimento em tecnologias e processos de fabrico inimigos do ambiente. Os mesmos que hoje se dirigem à plebe com o dedo em riste discorrendo argumentos acerca dos malefícios destas práticas. Os outros demonstram só querer crescer, não importa que seja à custa do dumping social, ambiental ou intergeracional.

A disputa opõe a China e a Índia aos países ocidentais ditos desenvolvidos. Os primeiros acham que devem obter um tratamento de favor assimilável a um direito de poluir mais. A União Europeia ensaia-se como arbitra e tenta dar o exemplo de como proteger o ambiente e os EUA querem assegurar-se que nenhum outro país possui uma vantagem comparativa no mercado mundial. Prosseguem a volta ao mundo, de cimeira em cimeira, sem verdadeiramente cogitarem na emergência que une as futuras gerações, na China, em Portugal, nos EUA, em França e por esse mundo fora.

ambiente

 

Imagem em: http://sustentabilidadenaoepalavraeaccao.blogspot.fr/2012/06/rio20-balan...