No decorrer das últimas décadas ocorreram progressos consideráveis no conhecimento da formação dos planetas, das suas luas e das atmosferas planetárias, esforço conseguido através das inúmeras simulações computacionais, bem como das sondas espaciais que se tem enviado.
O Sol, os planetas (e respectivas luas), bem como as suas atmosferas terão sido formados há cerca de 4.5 mil milhões de anos a partir de uma nebulosa (gás e poeiras).
As alterações “subtis” que ocorreram durante as condições iniciais dessa nebulosa conduziram às diferenças entre os planetas Mercúrio, Vénus, Terra e Marte (planetas interiores – sólidos, com poucas luas ou nenhumas) e os planetas Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno (planetas exteriores – com anéis, muitas luas e gasosos). A formação das atmosferas dos planetas interiores ainda não é muito bem compreendida e é actualmente uma área de muita pesquisa.
A evolução de uma atmosfera planetária é um processo complicado que depende de diversos factores, tais como, a temperatura da nebulosa planetária (no momento em que se formou o planeta), a temperatura do planeta, a gravidade e a composição química. Nos planetas interiores, a libertação de gases pelos vulcões e rochas, também terão desempenhado um papel importante na evolução da atmosfera dos planetas. Na Terra, por exemplo, o desenvolvimento da vida, também terá contribuído significativamente para o desenvolvimento da nossa atmosfera. O impacto de cometas/meteoritos também terá tido um papel na evolução da atmosfera de um planeta.
Vénus é o segundo planeta do sistema solar a contar a partir do Sol e é muitas vezes referido como sendo o planeta irmão da Terra, atendendo a que a sua massa e o seu raio é bastante semelhante ao planeta em que vivemos.
Em 1932, Walter S. Adams e Theodore Dunham, do observatório do monte Wilson, detectaram no planeta Vénus, a partir do seu espectro, o gás dióxido de carbono. Contudo, não conseguiram estimar qual a quantidade deste gás no planeta, tendo sido necessário que chegassem as primeiras sondas ao planeta, a fim de ficarmos a conhecer a sua composição. A atmosfera de Vénus compõe-se essencialmente por dióxido de carbono (cerca de 96%) e azoto. Esta atmosfera e é tão «pesada» que a pressão sobre a sua superfície é cerca de 90 vezes superior à da atmosfera terrestre valor que, na Terra, só é alcançado no mar a uma profundidade de cerca de 1Km.
A grande quantidade de dióxido de carbono observada na atmosfera de Vénus, potencia um forte efeito de estufa, induzindo nos estratos atmosféricos próximos da superfície, uma temperatura que atinge valores superiores aos 450 ºC. Na Terra, à superfície, a temperatura média é de cerca de 18ºC.
As nuvens de Vénus são constituídas por gotículas de ácido sulfúrico, razão pela qual este planeta apresenta uma cor amarelo-alaranjada. Ao contrário do que sucede na Terra, essas gotículas não caem porque a pressão é muito elevada.
O ácido sulfúrico na atmosfera de Vénus causa um elevado número de reacções químicas, tais como: formação do ácido fluridríco, ácido clorídrico (presente no nosso estômago) e ácido fluorfosfúrico, onde este último, e a título de curiosidade, é das substâncias mais corrosivas que os químicos conhecem.
Na Terra, há um espectáculo maravilhoso – as auroras – resultado da «precipitação» das partículas do vento solar que descem para as zonas da alta atmosfera, ao longo das linhas de força magnéticas. Este espectáculo e apenas observável para observadores acima das latitudes 60º. Quando a sonda espacial americana Mariner 2 sobrevoou Vénus, em 1962, também detectou a presença deste vento.
Um «enigma» muito interessante no planeta Vénus é a ausência de água no planeta, quando comparado com o planeta Terra, facto intrigante, atendendo a que ambos os planetas surgiram da mesma nebulosa solar e apresentam características semelhantes.
Vénus possivelmente teve um oceano semelhante ao da Terra e a explicação para o baixo valor de água poderá dever-se a um fluxo de escape de origem não-térmica.
Imagem daqui
SIGA-NOS NO FACEBOOK
