26 Abril 2017      10:45

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VELHO SALÃO CENTRAL EM ÉVORA VAI SER DEDICADO ÀS ARTES

O velho e degradado Salão Central em Évora conta com 2,5 milhões de euros para recuperar a glória de outrora ao ser transformado num espaço polivalente, dedicado às artes, com sala de ensaios e sala de espectáculos.

O projecto de reabilitação vai ser levado à próxima reunião de Câmara, a candidatura a fundos comunitários é apresentada em maio e integra o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano de Évora, já assinado com o programa operacional Alentejo 2020.

Segundo a autarquia o projeto conta com um miradouro e cafetaria no terraço e vai ter elevador.

O edíficio, com 100 anos, foi mandado construír em 1916 por José Augusto Anes, um abastado proprietário eborense, com o intuito de ali fazer espectáculos. Em 1931 a Inspecção Geral dos Espectáculos determinou o seu encerramento por irregularidades de construção. Entretanto o espaço acabou por ficar limitado a sessões de cinema. José Augusto Anes entretanto cedeu a sua exploração à empresa Manuel Themudo Baptista, que remodelou e modernizou todo o espaço, pela execução de um projecto do arquitecto Francisco Keil do Amaral, que deu ao edifício o seu actual desenho.

O Salão reabriu a 1 de Novembro de 1945, com uma lotação de 548 lugares e conhece então os seus tempos áureos até à desintegração da empresa proprietária. O património da empresa acaba por ser adquirido pela Sacil (Sociedade de Actividades Cinematográficas, Lda.), com sede em Lisboa e dona do Cinema Roma que fará várias intervenções no edifício em 1953, 1958 e 1962, sempre sujeitos à autorização e assentimento de Keil do Amaral e da Direcção Geral do Ensino Superior e das Belas Artes.

A televisão e as salas de cinema acabaram por ditar a decadência do espaço que ainda manteve atividade enquanto cinema até 1988, dedicado sobretudo ao cinema pornográfico. Ainda teve algumas utilizações posteriores mas acabou por encerrar e foi depois adquirido pela autarquia em 1996.