17 Julho 2018      11:14

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Universidade de Évora estuda a Saúde dos Professores

A Universidade de Évora em parceria com a Universidade do Algarve, realizaram juntas um dos maiores estudos de sempre sobre stress, motivação e saúde dos professores em Portugal.

Com um universo de cerca de 15 mil professores inquiridos, os resultados foram dados a conhecer na presença de José Verdasca, coordenador do Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, Adelinda Candeias, professora associada da Universidade de Évora, e - por videoconferência - Saúl Neves de Jesus, vice-reitor e professor catedrático da Universidade do Algarve, além de sindicatos, escolas, associações profissionais e órgãos de comunicação social.

Tendo sido salientada a importância da valorização social da profissão de professor como condição fundamental para o bem-estar e a qualidade da educação, o José Verdasca referiu estudos mais recentes demonstram um aumento da expressão de afeto e gosto pelos professores por parte dos alunos portugueses, quando comparados com alunos de outros países europeus, mas que, quando questionados sobre a sua intenção de virem a ter a profissão docente, somente 1% admite essa possibilidade.

Já Saúl de Jesus salientou que, conhecidos estes resultados sobre a saúde docente, poderão ser delineadas estratégias de intervenção nos planos político, formativo e organizacional, que possam contribuir para prevenir, por exemplo, os elevados níveis de stresse, exaustão e desmotivação dos professores portugueses, algo que acabou por ser também referido por Adelinda Candeias e que os exemplo de Alemanha e Espanha, onde programas de gestão de stresse e de promoção da saúde da classe docente estão já a ser testados com sucesso.

Foram apresentados os resultados já obtidos pelo estudo sobre: “A motivação profissional dos docentes do Ensino Básico e Secundário: A influência de variáveis organizacionais, individuais e pertencentes à interface sujeito-organização”, desenvolvido por João Viseu; ”Mobbing/Assédio no trabalho em professores de Ensino Básico e Secundário” de António Portelada; e “Saúde docente: estudo da influência de variáveis organizacionais e pessoais”, de Liberata Borralho, e de onde se destacam os seguintes dados: que numa amostra de 12.158 professores portugueses, 52.4% percecionam bem-estar do desempenho da sua atividade profissional, 50.2% sofrem de esgotamento, 26.9% de distúrbios cognitivos, 32% de distúrbios músculo-esqueléticos e 27.9% de alterações na voz.

Com estes resultados, foi possível a comparação dos resultados obtidos nas várias dimensões de saúde dos professores portugueses com os professores espanhóis sendo na sua generalidade inferiores e com grandes diferenças no que diz respeito às dimensões bem-estar e esgotamento.

 

Imagem de josueneto.com.br