6 Fevereiro 2023      13:28

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Universidade de Évora vai combater "fake news”

A Universidade de Évora vai participar no projeto HYBRIDS, financiado pela União Europeia (UE) e pela UK Research and Innovation (UKRI), que combina Inteligência Artificial e conhecimento humano para combater a ameaça da desinformação.

Em comunicado, a academia alentejana refere que este projeto de investigação transnacional tem como objetivo científico “conceber e desenvolver novas ferramentas automáticas para combater a ameaça da desinformação, com base no Processamento da Linguagem Natural (PLN) e na Inteligência Artificial (IA)”.

Assim, ao longo da iniciativa HYBRIDS (Inteligência Híbrida para monitorizar, promover e analisar as transformações nas boas práticas democráticas) “serão desenvolvidas diferentes técnicas de Aprendizagem Profunda (Deep Learning) com base numa análise exaustiva do discurso público sobre questões globais cruciais, tais como saúde, crise climática, euroceticismo ou imigração, que terá em conta tanto os meios de comunicação tradicionais como os conteúdos publicados através de redes sociais”.

Segundo a mesma fonte, o HYBRIDS “pressupõe a necessidade de uma equipa de investigação multidisciplinar, capaz de transferir os conhecimentos adquiridos nas ciências humanas e sociais para as ferramentas tecnológicas dos algoritmos de Processamento de Linguagem Natural (PLN) e de Aprendizagem Profunda”.

Pablo Gamallo, especialista em linguística computacional que encabeça o projeto da instituição líder em Espanha (CiTIUS - Centro de Investigação de Tecnologias Inteligentes), afirma que “o objetivo final é gerar novos sistemas de interpretação neuro-simbólica, algo que conhecemos como ‘inteligência híbrida’”.

De acordo com o investigador, “a ideia de inteligência híbrida consiste em combinar as elevadas capacidades computacionais dos recentes algoritmos neurais com representações simbólicas que modelam o conhecimento humano, abrindo assim o caminho para superar as deficiências dos atuais métodos de inteligência artificial”.

Contudo, a academia nota que muito pouca investigação tem sido publicada até à data no campo dos sistemas híbridos, “principalmente devido à dificuldade em encontrar pessoal altamente qualificado nestas disciplinas, tradicionalmente tão distantes como é o caso da engenharia informática, as ciências sociais ou a linguística”.

Neste sentido, o lançamento do HYBRIDS “também contribuirá para a formação desses profissionais em metodologias híbridas, que fornecerão os seus conhecimentos especializados neste e noutros estudos sociais com um elevado impacto potencial na sustentabilidade das boas práticas democráticas na Europa”, acrescenta a UÉ.

O HYBRIDS é o resultado de um consórcio internacional liderado a partir de Santiago de Compostela, pelo Centro de Investigação de Tecnologias Inteligentes (CiTIUS), e envolve um total de 14 membros (oito beneficiários – seis parceiros) de sete países europeus: França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Holanda e Reino Unido.