24 Dezembro 2021      09:40

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Universidade de Évora quer alterar rota de asteroide com NASA

Uma equipa de investigadores do Instituto Ciências da Terra (ICT), da Universidade de Évora, e do IDMEC, do Instituto Superior Técnico, quer reforçar o seu conhecimento sobre o asteroide Didymos e a sua lua (Didymoon) e alterar a sua rota.

Em comunicado, a academia alentejana explica que este objetivo será concretizado através do projeto NEO-MAPP/ESA, missão HERA, numa colaboração entre a ESA (Agência Espacial Europeia) e a NASA (Agência Espacial Norte Americana), e que representa “um contributo importante para o conhecimento sobre os asteroides, para a Engenharia Aeroespacial em Portugal e para a aposta da Universidade de Évora no Aeroespacial”.

Assim, “no passado dia 1 de dezembro, a partir de uma base na Califórnia”, o projeto “lançou a missão DART, ou Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo, com o objetivo de tentar mudar a trajetória do asteroide binário Didymos, que se encontra a 11 milhões de quilómetros da Terra, o equivalente a 2.5 vezes a distância da Terra ao sol, ir e voltar”.

Andrea Riley, executiva da missão DART na NASA, destaca que “a DART é uma primeira etapa nos métodos de teste para a deflexão de asteroides perigosos”. O “foguetão” agora lançado é “cerca de 100 vezes menor do que Dymorphos, um asteroide descoberto em 2003 escolhido para esta missão”.

De acordo com a universidade, a “missão DART pretende desta forma gerar um impacto a 25 mil km/h contra o asteroide binário Didymos (o asteroide Didymoon de 170 metros de diâmetro que orbita em torno do Didymos de 780 metros). Além da cratera, prevê-se a alteração imediata de 1mm por segundo na velocidade do asteroide que, com a força da gravidade, acabará por influenciar a trajetória do elemento maior do par”. Os investigadores referem ainda que, após 10 anos,  essa alteração na rota pode representar um desvio de centenas de quilómetros.

Segundo a NASA, “esta missão vai testar a possibilidade de, através do impacto, alterar a trajetória de asteroides”, prevendo-se que o resultado desta missão seja apurado em 2026 através da missão HERA, levada a cabo pela ESA. Esta missão vai “monitorizar os efeitos do impacto da colisão da missão DART, contando com um instrumento automático LIDAR, tecnologia óptica de detecção remota que mede propriedades da luz refletida, desenvolvido em Portugal pela equipa do NEO-MAPP, nomeadamente CENTRA, Faculdade de Ciências da UL, ICT, EFACEC, Synopsis Planet”, refere a academia.

Além disso, “O LIDAR” vai a bordo da HERA para auxiliar na navegação, recolher dados para reconstruir o perfil destes asteroides e apurar que elementos contém o seu interior.