15 Março 2022      08:52

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Universidade de Évora analisa pinturas murais de Almada Negreiros

O Laboratório HERCULES da Universidade de Évora (UÉ) vai desenvolver trabalhos analíticos nas pinturas murais de Almada Negreiros nas gares marítimas do Porto de Lisboa, em Alcântara, e na Rocha Conde de Óbidos.

Em comunicado, a UÉ explica que o projeto vai ser desenvolvido no âmbito do Fundo Mundial de Monumentos (com a sigla em inglês WMF – World Monuments Fund), que selecionou a candidatura apresentada pela Administração do Porto de Lisboa (APL) para a preservação das pinturas murais de Almada Negreiros.

Neste sentido, as gares marítimas do Porto de Lisboa e da Rocha Conde de Óbidos foram escolhidas “como um dos 25 lugares do mundo a requerer ‘preservação urgente’, pela sua ‘cultura extraordinária’ e ‘vital para as comunidades locais’”.

Os trabalhos vão ser coordenados pela investigadora do Laboratório HERCULES, Milene Gil, que é, simultaneamente, a investigadora principal do projeto ALMADA – O desvendar da Arte da Pintura Mural de Almada Negreiros (1938-1956), que pretende “estudar pela primeira vez com técnicas de imagem e de análise o legado de pintura mural de Almada Negreiros, uma das figuras-chave da vanguarda e do modernismo em Portugal”.

Segundo a responsável, este é “o primeiro passo para a salvaguarda futura deste conjunto de pinturas murais que finalmente vão ter o reconhecimento merecido a nível internacional”.

É de destacar que o programa “Watch 2022” do Fundo Mundial de Monumentos selecionou as gares marítimas em Lisboa entre mais de 225 candidaturas a nível mundial, “destacando o valor histórico e artístico dos seus edifícios, cuja construção coincidiu com o fim da Segunda Guerra Mundial”, lembra a UÉ.

De acordo com o Porto de Lisboa e o WMF, “apesar dos requisitos subjacentes à encomenda feita pelo Estado Novo a Almada Negreiros, os murais ousaram representar narrativas associadas ao comércio marítimo, à emigração e ao quotidiano das comunidades do porto, retratando nomeadamente o trabalho da comunidade afrodescendente em Portugal, um tema de importância pessoal para Almada, que nasceu em São Tomé e Príncipe”.

 

Fotografia de almadanegreiros.uevora.pt