18 Dezembro 2020      09:20

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Unidade de Saúde do Baixo Alentejo diz ter resposta à covid-19 “controlada”

Conceição Margalha, presidente do conselho de administração da ULSBA

A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) encontra-se sem médicos de saúde pública, pois os dois únicos que tinha saíram, mas a resposta à covid-19 está “controlada”, disse à Lusa a presidente da entidade.

De acordo com Conceição Margalha, os dois clínicos, um médico e uma médica, “já saíram” no final de novembro. Já no passado dia 24 de novembro, também em declarações à Lusa, Conceição Margalha tinha alertado para o risco de a ULSBA ficar sem médicos de saúde pública se não fosse possível substituir os únicos dois que tinha e estavam de saída na altura.

Note-se que a saída dos dois únicos médicos de saúde pública que trabalhavam na ULSBA para a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, onde foram colocados no âmbito de um concurso de mobilidade a que se candidataram, aconteceu depois de o secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales ter dito, a 27 de novembro, em declarações aos jornalistas em Beja, que foi pedido aos dois clínicos para ficarem na região durante o estado de emergência em vigor devido à pandemia de covid-19.

Na altura, António Lacerda Sales também explicou que há um despacho do Ministério da Saúde que o autoriza a impedir, “só durante o estado de emergência”, a mobilidade de profissionais de saúde, “médicos essencialmente”, para outros serviços, o que não aconteceu neste caso.

Conceição Margalha também afirmou que foi pedido aos médicos para ficarem na ULSBA durante o estado de emergência em vigor, mas estes optaram por sair.

Atualmente, a resposta da ULSBA em termos de saúde pública à pandemia de covid-19 “mantém-se”, porque está a ser “assegurada” por outros cinco médicos de família que desempenham funções de autoridade de saúde e têm colaborado no processo de gestão da covid-19, destacou a responsável.

Questionada sobre se a ULSBA tem tido dificuldades em assegurar a reposta, Conceição Margalha disse que, até hoje, “a situação tem estado controlada”, acrescentando, no entanto, que “nunca poderei dizer que os médicos com especialidade em saúde pública não fazem falta e não são necessários”.

Além disso, a ULSBA “está a tentar soluções de mobilidade [de médicos] de outras regiões do país, mesmo que sejam parciais, para tentar ter um médico de saúde pública, mas ainda não encontrou profissionais que queiram vir” para o Baixo Alentejo.

Segundo Conceição Margalha, como os dois médicos saíram, a médica interna em formação na especialidade de saúde pública na ULSBA, que atualmente está de férias, não vai poder continuar a formar-se nesta entidade sem tutor e terá de sair para continuar a formação noutra unidade de saúde.

Recorde-se que o Ministério da Saúde abriu este mês um concurso com 462 vagas para contratação de médicos especialistas para o Serviço Nacional de saúde, 15 das quais em saúde pública, sendo uma destas para a ULSBA.

Este concurso, o segundo deste ano, “tem menos vagas e poucos candidatos”, disse Conceição Margalha, referindo que “uma é sempre melhor do que nenhuma” e que o próximo concurso, em março ou abril, “poderá ter mais vagas”.

 

Fotografia de spmi.pt