17 Maio 2020      11:31

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Uma súplica de Liberdade

É como se estivéssemos todos a viver dentro do mesmo sonho, aliás, presos nele. Sempre que vemos a saída, voltamos ao início. É quase como um jogo que dura há meses, onde para ganhar, se requer o esforço de todas as partes, onde nem todas estão a colaborar. É o jogo mais difícil que passará por todos nós; mexe com emoções, principalmente com o medo. Há dias e dias que adormecemos junto a esse monstro, pedindo que ele desapareça o mais depressa possível. Mas ele insiste em regressar sempre.

Parece um universo paralelo. Repetimos sempre o dia anterior. Como um flashback.

Em tantos anos, lutamos todos novamente por um objetivo: liberdade.

Suplicamos todos por ela. Afinal de contas, vivemos por ela e não sabíamos. Precisamos de ser livres, cada um à sua maneira, e não sabíamos.

Esperançosa por um final feliz para estes tempos, creio que todos nós lhe daremos mais importância. Aproveitaremos cada segundo de ar fresco que nos será devolvido. Sorriremos sem ter motivo. É esse o lado bonito que nos recusamos a ver: iremos dar vida à vida. Viveremos com felicidade na ponta do nosso sorriso porque sabemos como a solidão aparenta.

É tudo uma questão de perspetiva. Afinal, estamos a salvar o nosso mundo “sem querer”. Será um erro tão grave assim? Estamos a dar tempo à nossa vida futura, basta sabermos viver com o que nos é dado. Aprender a viver no mundo hoje. Arranjar uma forma de abraçar sem tocar. Estamos a ser moldados à nova realidade, sendo uma questão de tempo até aprendermos a ser nós no mundo de hoje.

“Aprendi que o mundo tem uma alma. E quem entender essa alma entenderá a linguagem das coisas.” – Paulo Coelho