25 Fevereiro 2022      14:50

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Uma guerra à nossa porta

A guerra já começou há algum tempo. Ao contrário do que se vai comentando e argumentando por aí, na minha modesta opinião, esta guerra começou em 2014. Começou com a anexação da Crimeia.

Esta questão é uma situação geopolítica que teve início a partir da invasão e consequente anexação da Crimeia (antiga região autónoma da Ucrânia) pela Rússia. A sua ocupação pelos russos gerou grande tensão, que abrangeu toda a Europa. As motivações de invasão e anexação da Crimeia pela Rússia envolvem questões históricas, políticas, económicas e culturais. Essa região apresenta importância geoestratégica em áreas comerciais e militares.

Em termos práticos, a Rússia, usando um conjunto de argumentos históricos, anexou a Crimeia sem gastar uma bala.

E as outras nações do Mundo o que fizeram? Praticamente nada. Em termos reais, o argumento da Rússia que a anexação da Crimeia foi feita legalmente, mediante a realização de um contestável plebiscito entre a população local, passou a ser a verdade.

Desde há algum tempo, esta Rússia liderada por Vladimir Putin vai impondo a sua força em quase todos os territórios que lhes são próximos. Esta Rússia (de certa forma humilhada na saída da Guerra Fria) quer impor a sua posição dominante num território bastante vasto no leste europeu e norte da Ásia.

Até a esta semana, tem sido uma guerra de argumentos, tecnológica, psicológica e de ameaças. Sempre acreditei que fosse uma guerra que não necessitasse de se gastar quaisquer balas. Que a diplomacia nos levasse a bom porto! Uma esperança estúpida!

Agora a guerra começou. As forças russas iniciaram a ofensiva a partir dos pontos onde, ao longo dos últimos meses, tinham acumulado perto de 150 mil soldados, veículos militares e material logístico. E tivemos muitos avisos!

Uma guerra é sempre grave! Esta é substancialmente pior porque coloca em causa um conjunto de valores, que aparentemente considerávamos garantidos no espaço europeu. É agravada porque pode ganhar uma escalada muito perigosa.

Não esquecer que é uma guerra que está mesmo à nossa porta. A nossa fronteira (União Europeia) começa na Polónia, Roménia e noutros países ali próximos. Atualmente essas também são as nossas fronteiras. Não só num modelo onde estamos inseridos, mas sobretudo num projeto de valores e solidariedades. Assim deve ser.

A questão que se coloca é se é suficiente esta crescente retaliação de sansões económicas? Tenho grandes dúvidas que seja suficiente!

O mapa geopolítico mundial é demasiado instável, pelo que os riscos são tremendos. Por isso, o que se deve fazer? Penso que é obrigatória a solidariedade para com o povo ucraniano.

Qual o preço que estamos dispostos a pagar pela liberdade e paz duradoura? Esta é a minha grande dúvida!

Saibamos estar à altura dos tempos difíceis que se avizinham.