9 Dezembro 2018      08:22

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The trouble with Harry e outras notas

The trouble with Harry (1955), Alfred Hitchcock

Há um morto que fez muito bem em ter morrido. Ninguém vai discordar. Um problema: não soube morrer e deixar os outros, os vivos, descansados. Ainda assim, como já se disse, fez ele, o morto, muito bem em ter morrido. E justamente quando morreu. Na altura certa. Nem antes nem depois da hora devida...

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Foi o primeiro filme de Shirley MacLaine:

Diz-se por aí que não é um grande Hitchcock. Como se isso fosse possível.

La Dolce Vita e La Dolce Vita (1979), ou a memória de uma saída limpa agora que uma outra ocorreu.

Há prazeres que nem o Schauble conseguiu eliminar, tal como há coisas que não voltará a fazer... Estão nesta expressão, La Dolce Vita (que é uma dedicatória ao bem-viver, título de filme célebre (Fellini,1960) e também uma canção dos Sparks, do longínquo 1979). Emanam da sua essência, por assim dizer. Falam, sentença, filme e música, da vida como uma dança…

Ah, e como deixei escrito algures, sem o mínimo impacto mas com enorme satisfação, não há maior prazer do que brincar com o absoluto. Acrescento outro, afluente desse: chatear os mais altos e fortes do grupo. É a grande vitória. E quanto a ti, Tsipras, fica a saber que também tentei, e falhei. No sétimo ano andava sempre com o Pardal, que tinha mais cinco anos e três palmos do que eu. Era o maior da escola, o Pardal. Com ele ao lado, também eu era o maior, mesmo sendo dos mais baixos da turma. Um dia decidi dizer-lhe que não. Custou-me duas bofetadas, um tacho na pescoceira e um pontapé um pouco abaixo da nádega esquerda. Serviu-me de lição, sim, mas deu-me um gozo inacreditável. Agora, quando olho para trás, sinto-o como um gotejar persistente de vinho com sabor a mel, coisas de tempos antigos; curto-circuito emocionalmente induzido e alongado – e (por isso) raro – entre as papilas gustativas e o córtex... La Dolce Vita do rebelde derrotado!

Life isn't much, but there's nothing else to do”…

 

Imagem de moma.org

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