28 Janeiro 2018      12:25

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UM TRIO DE TRÊS MAIS UM, COMO OS MOSQUETEIROS

Twin Peaks (90-91), Conan, o Rapaz do Futuro, True Detective e The Walking Dead:

Se Twin Peaks tem a subliminaridade de uma memória efectiva / válida já distante, se Conan, O Rapaz do Futuro é o absoluto superlativo da construção numa criança de um discurso de superação, dádiva primordial de uma criança para outra, e por isso ainda mais distante, se True Detective tem a eficácia de quando se diz o que o adulto quer ouvir e vive na porta ao lado, é em The Walking Dead que se reúnem todas as anteriores razões num único espaço de acção. Onde o mistério da primeira memória efectiva / válida se descodifica para cá da sala dos horrores – e é tão simplesmente eficaz e persuasivo –, onde o sonho ambíguo da criança se transmuta definitivamente em pesadelo, onde o adulto ouve finalmente o que um dia (ah! – preciosa soberba) quis ouvir e tem de viver com as consequências (i.e., assistir longamente).

É também um dos poucos momentos televisivos onde a Série X é sempre melhor do que a Série X-1. Twin Peaks 90-91 (Twin Peaks 2017 é outra conversa) e True Detective não se podem gabar disso, e tal não se coloca em Conan.

 

Ah, e das quatro referidas é aquela que, em rigor, menos gosto...

 

Imagem de ew.com