8 Janeiro 2022      11:20

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Teria sido uma vez…

Teria sido uma vez, teria acontecido assim, ter-se-ia passado desta maneira. Não era uma vez porque poderá ou não ter sucedido exatamente como se conta.

Teria sido uma vez um homem que não tinha nada, nem a roupa do seu corpo. A necessidade faz o engenho e assim o homem começou a pensar… recorrendo a folhas e a outros materiais, começou a criar coisas. Inventou, na sua perspectiva, a sua roupa. Hoje em dia talvez fosse um estilista famoso. Na altura em que viveu, que não conhecemos, aquilo que criou foi para se desenrascar e não passar as noites tão frias, nem andas completamente em pelo o dia inteiro.

Terminada a etapa da roupa, um homem que teria riso o primeiro inventor e o primeiro homem a usar roupas, sentiu necessidade de passar além do simples consumo de frutas e vegetais crus e alguns animais, também crus, quando os apanhava. Mais uma vez, a necessidade aguça o engenho e o nosso protagonista decidiu que era necessário tomar medidas para chegar a um fim, onde os meios fossem justificáveis.

Criou-se assim o fogo e as armas de caça bem como todos os utensílios de cozinha. Anos mais tarde, o mesmo homem, contaram-nos, inventaria o Tupperware, o Cuisinarte e tantas outras marcas de cozinha. E aqui estamos a baralhar uma data de patentes. Não ligue, senhor leitor, não dissemos o nome do homem. Poderia ter sido qualquer um. A causalidade é uma constante de uma história que começa por teria sido uma vez.

Inventada a cozinha moderna, o homem sentiu necessidade de sair da caverna onde vivia e arranjar formas de defesa contra os lobos que, dia e noite, rodeavam o seu recanto. Construiu um muro enorme à volta da caverna, tão grande como uma muralha. Pensou, estando tão protegido o lugar, o melhor seria construir uma casa à altura… talvez um castelo, talvez um palácio. Dado que só tinha pedras e cimento, alguma madeira mas pouca, construiu um castelo! Forte e impenetrável como nunca antes visto.

Sentia-se realizado, mas faltava qualquer coisa no seu quotidiano e faltava algo que completasse o círculo. Tinha muita vontade de crescer em negócio e de se deslocar mais rapidamente às aldeias que entretanto tinham surgido. Produzia muitos vegetais e era necessários vendê-los. O cavalo que tinha domesticado já não era suficiente. Decidiu assim inventar um mecanismo, hoje em dia conhecido como roda. A partir da roda, cresceu até à carruagem e daí foi um instante até que inventou o motor e o carro.

A vida passou a ser tão mais fácil. Negociava, tinha inventado tudo o que surgira como necessidade. Os dias passavam e em cada um deles inventava algo novo que respondia a um vazio.

Havia, porém, algo que não inventara ainda. Teria sido mais feliz se tivesse inventado uma companhia… nesse dia não pensou mais nisso. Fechou a aplicação do jogo, desligou o telefone e adormeceu, sonhando com os níveis que subirá naquele dia, inventado o que seria uma vida perfeita, ou quase…