1 Novembro 2020      11:13

Está aqui

Tapeçarias de Portalegre destaque na Universidade de Salamanca

A Universidade de Salamanca recebe, até e 28 de fevereiro de 2021, a exposição “PONTOS.PT”.

Esta exposição é uma mostra de Tapeçarias e Colchas dos municípios de Portalegre e Castelo Branco e mostra a importância cada vez maior que as Tapeçarias de Portalegre têm no panorama artístico internacional, uma área onde o Município de Portalegre tem apostado com um trabalho de divulgação e promoção.

A originalidade do Ponto e da Tapeçaria de Portalegre é importante legado nacional e um ícone da cidade.

Esta exposição decorre no âmbito da cooperação transfronteiriça com Espanha e integra o projeto REDES1234.con, financiado por fundos comunitários.

As Tapeçarias de Portalegre surgiram quando, em 1946, dois amigos, Guy Fino e Manuel Celestino Peixeiro, decidiram fazer reviver a tradição dos tapetes de ponto de nó, em Portalegre. A competição era grande e o negócio não parecia viável. Foi então que Manuel do Carmo Peixeiro, pai de Manuel Celestino, propôs aos dois jovens fazerem tapeçarias murais, com um ponto inventado por ele, anos antes, quando era estudante têxtil, em Roubaix, na França. Com a ajuda de João Tavares, pintor portalegrense e professor do Liceu, que desde o primeiro momento mostrou grande entusiasmo pelas tapeçarias, surgiram os primeiros ensaios e a primeira tapeçaria com o ponto de Portalegre, Diana, saída do tear em 1947.

Almada Negreiros, Júlio Pomar, Manuel Lapa, Jorge Barradas, Maria Keil, Ventura Porfírio e Lima de Freitas responderam de imediato ao convite feito pelos responsáveis e assinaram obras tecidas com uma técnica que começava a dar os seus primeiros passos. Foi um caminho árduo, desde 1947 até ao reconhecimento nacional e internacional das Tapeçarias de Portalegre, hoje consideradas o ex-libris da cidade que as viu nascer.

Na exposição, a seção dedicada às Colchas de Castelo Branco contempla peças antigas, exemplares dos séculos XVII e XVIII que, durante muito tempo, foram consideradas como “de” Castelo Branco. O outro núcleo apresenta peças bordadas resultantes da operação de relançamento da Manufactura de Colchas, iniciada em 1939/40.

As Colchas de Castelo Branco são peças que se usavam sobre as camas. Bordadas com seda natural sobre linho, nelas predomina o que se chama atualmente de Ponto de Castelo Branco. Antes dos anos 40 do século passado, esse mesmo ponto denominava-se ponto largo e, como a seda com que se bordava era solta, pouco torcida, também se dizia “bordar solto”.

 

Imagem de mtportalegre.pt