4 Dezembro 2018      13:34

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Também podemos ter “Óscares” no Alentejo!

Portugal foi novamente distinguido com 17 prémios do World Travel Awards, demonstrando a vitalidade do país neste sector, o que se converte num fator de enorme visibilidade em termos globais. Esta distinção reconhece o papel que o Turismo tem tido em termos económicos e vem realçar a excelente qualidade portuguesa a nível do património humano, cultural, natural, gastronómico e vinícola.

A chave do sucesso tem sido a conjugação dos fatores mencionados, com base numa assertiva estratégia de divulgação e de uma performance cada vez mais rigorosa dos agentes do sector.

A nossa capacidade em receber é sem dúvida um elemento de atratividade, que faz com que a procura sobre a nossa oferta seja cada vez mais elevada. A genuinidade e a forma como acolhemos quem nos visita é um fator preponderante, em termos das escolhas. Não foi acaso que deixamos para trás rivais diretos como os Estados Unidos ou o Brasil. É notória e significativa a evolução registada nos últimos anos.

E o Alentejo? Que mudanças tem vindo a ser verificadas em termos turísticos? Considero que também o nosso território, graças às suas especificidades, tem ganho bastante com esta aposta estratégica. Mas ainda há muito a fazer. No âmbito da reabilitação patrimonial, muitos passos ainda devem ser dados, de modo a que ativos culturais de diferente tipologia possam ser integrados em rotas e circuitos de âmbito turístico. Essa singularidade, baseada numa herança secular de diversas influências civilizacionais, constitui sem dúvida um mecanismo que pode ter um melhor aproveitamento em termos de gestão do património e do consequente aumento do número de visitantes.

E esta possibilidade constituirá uma vantagem em termos competitivos, que poderá colocar o Alentejo num patamar superior como destino de eleição. São muitos os testemunhos que se encontram em risco e que merecem uma maior atenção.

É prioritário, tendo em conta a tendência que se verifica em termos de crescimento de turistas, apostar na intervenção sobre o património cultural, estudando, recuperando e intervindo, dando “vida” e atribuindo novas utilizações. Só desta forma poderemos tornar o nosso território ainda mais atrativo, de modo a não “perder o comboio”.

 O mercado espanhol, aqui ao lado, pode e deve ser o alvo preferencial de um planeamento em termos de divulgação sobre a nossa realidade. Em conjugação com a gastronomia e com os vinhos, o destaque a dar aos nossos monumentos, museus e outros equipamentos culturais pode ser o mote para a captação de mais visitas e mais ingressos. No entanto, será sempre necessário um investimento inicial, em parcerias que envolvam municípios e demais entidades competentes, para a requalificação desse “tecido” cultural, que em muitos casos se encontra em risco.

Os ventos sopram a favor, mas é necessário aproveitá-los da melhor forma. Temos muitos pontos fortes ainda por explorar e lugares que são por agora desconhecidos, mas com elevado potencial turístico. Haja vontade política e das comunidades para seguir por esse caminho.

 

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