7 Outubro 2020      08:19

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Sines tem “condições competitivas” para a produção de hidrogénio verde

A Comissão Europeia apontou, na passada terça-feira, dia 6 de outubro, que Portugal apresenta “condições competitivas” para a produção de hidrogénio verde, um projeto idealizado para o porto de Sines.

A afirmação da comissária europeia para a Energia de que “Portugal apresenta condições favoráveis e competitivas para a produção de hidrogénio” surgiu durante a conferência anual da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), avança o Jornal Económico.

Kadri Simson acrescentou que o país “tem a localização geográfica, elevada penetração de renováveis no sistema elétrico, tem produção de baixo custo” e procura desenvolver “cadeias de valor de produção de hidrogénio.

A comissária da Estónia salientou o projeto conhecido por Green Flamingo, idealizado para Sines com o objetivo de construir um eletrolisador com cinco gigawatts que vai produzir hidrogénio verde para exportar via navio para a Holanda, precisamente a partir de fontes renováveis como a eólica e a solar. “É um grande projeto e gostaria de ouvir mais sobre isso durante a presidência de Portugal do Conselho Europeu a partir de janeiro”, afirmou Kadri Simson.

A comissária também lançou um apelo a Portugal para “tirar proveito do Plano de Recuperação e Resiliência” para acelerar o caminho face às metas estabelecidas para 2030. “Estes investimentos estratégicos contribuem para aumentar o emprego e a qualidade de vida”, frisou.

Recorde-se que, nas Grandes Opções do Plano, aprovado em Conselho de Ministros em setembro, o Governo sinaliza que quer arrancar com o projeto de hidrogénio verde em Sines em 2021, e que vai apresentar uma candidatura a fundos europeus ainda este ano para este projeto.

Além disso, o Governo português e o governo dos Países Baixos assinaram, a 23 de setembro, um memorando de entendimento para “afirmar a sua intenção de ligar os planos de hidrogénio de Portugal e dos Países Baixos para 2030”.

Segundo o comunicado do Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC), “Portugal e os Países Baixos reconhecem a importância crescente que os gases renováveis, em particular o hidrogénio verde, irão desempenhar na descarbonização da Europa. Por conseguinte, ambos os países promoverão e incentivarão a cooperação institucional, para ajudar a desenvolver cadeias de abastecimento para a exportação de hidrogénio verde”.

Já a 27 de julho a EDP, Galp, Martifer, REN e Vestas anunciaram uma parceria para avaliar a criação de um cluster industrial de hidrogénio verde em Sines. Este projeto cumpre os requisitos necessários para poder integrar uma candidatura de Portugal, a ser apresentada em Bruxelas, aos fundos europeus.

No comunicado a EDP garante que, de forma a garantir o equilíbrio financeiro do projeto, este deverá “desenvolver-se de forma progressiva, procurando otimizar a adequação dos volumes de produção de hidrogénio e do respetivo consumo, bem como a competitividade dos custos das tecnologias envolvidas”.

Assim, numa primeira fase, vai ser lançado um projeto-piloto de 10 megawatts de eletrólise que, ao longo da próxima década, deverá evoluir para 1 gigawatt de capacidade de eletrólise, “visando a prazo a instalação de cerca de 1,5GW de capacidade de geração de energia elétrica renovável para alimentação dos eletrolisadores”.

 

Fotografia de europarl.europa.eu