9 Novembro 2020      12:17

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Sindicato afirma que falta de professores no Alentejo “é pior do que se imagina”

Um comunicado enviado pelo Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS) alerta para a falta de professores no Alentejo e Algarve, afirmando mesmo que a situação “é pior do que se imagina”, avança A Planície.

De acordo com o documento, após cinco semanas desde o início do ano letivo “há necessidade de, pelo menos, 35 docentes na área sindical do SPZS”.

O sindicato acrescenta que os números sobre a falta de professores nas escolas das regiões alentejana e algarvia foram apurados na sequência de um questionário sobre os horários em falta pelo SPZS junto dos agrupamentos.

“Há 41 docentes em falta no distrito de Portalegre, 27 no distrito de Évora, 48 no distrito de Beja e 119 no distrito de Faro”, apontou o SPZS, assinalando que ainda não obteve resposta da totalidade dos agrupamentos de escolas.

A estrutura sindical sublinhou ainda que a falta de professores “atravessa todos os ciclos de ensino”, mas “muito mais relevante no 3.º ciclo e secundário”, adiantando que no 1.º ciclo faltam 28 professores e no 2.º ciclo estão em falta 37 docentes.

“No 3.º ciclo e secundário há necessidade de 169 professores, principalmente nas disciplinas de Português, Inglês, Espanhol, História, Geografia, Matemática, Física e Química, Informática e Artes Visuais”, precisa o comunicado.

Adicionalmente, “é notória a falta de docentes da Educação Especial”, havendo “muitos alunos com necessidades educativas especiais que não estão a receber o devido apoio” por parte do sistema de ensino.

O SPZS conclui ainda que “a maior parte dos horários são temporários e/ou incompletos, muitos deles decorrendo de baixas médicas dos docentes com idade mais avançada, o que os torna mais difíceis de ocupar”. Além disso, “os professores evitam deslocar-se para muito longe da sua residência para trabalharem só algumas horas ou em muitos dos casos apenas um mês e receber, na generalidade dos casos, um salário equivalente ao ordenado mínimo ou ainda menos”.

O sindicato defendeu que a falta de docentes poderá ser colmatada através do reforço de docentes nos quadros das escolas, da eliminação do abuso do recurso à contratação a termo e do reforço do cariz nacional dos concursos e da graduação profissional como critério de ordenação dos candidatos.

 

Fotografia de veja.abril.com.br