6 Agosto 2019      14:12

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Sim, é possível fazer mais por Mourão

Por variadíssimas vezes, tenho reiterado a importância da atração de investimento para o interior, nomeadamente para o meu concelho – Mourão, uma vez que considero que será este caminho o responsável pela criação de emprego, fixação e atração de pessoas para a nossa terra. No essencial, criar riqueza.

Para contextualizar esta matéria de captação de investimento, dou alguns exemplos de investimentos que têm sido feitos e que estão a ser feitos por todo o interior do país:

- Em Bragança a FAURECIA está a investir 41,5 milhões de euros no setor automóvel e vai criar 400 postos de trabalho;

- Oliveira do Hospital atraiu um investimento que poderá alcançar os 125 milhões de euros, que se prende com a transformação e aproveitamento da floresta;

- Em Portalegre o grupo Jerónimo Martins investe 40 milhões de euros numa nova fábrica de lacticínios;

- Em Beja a empresa FAIRFRUIT vai investir 14 milhões de euros na área do agroalimentar;

- No Fundão será inaugurado um Hotel de Charme, no antigo Convento de Santo António, que representou um investimento de 3 milhões de euros;

No total, serão investidos cerca de 1500 milhões de euros em setores como a agricultura, agroindústria, turismo, restauração, conhecimento e inovação. Investimentos no interior do país, mas nenhum com esta dimensão em Mourão. 

Evidentemente, o facto de Mourão não constar nesta lista de investimentos continua a deixar-me frustrado e importa procurar perceber porque é que o Município não atrai mais e melhores investimentos. 

Será que no nosso concelho não temos pessoas capazes? Temos. Somos uma terra de gente trabalhadora, competente, com conhecimento e criatividade.

Então talvez não tenhamos um potencial turístico assim tão grande? Mentira. Vivemos numa terra com uma identidade única, rica em cultura e tradições, com um potencial paisagístico de grande valor, com uma gastronomia única, com produtos endógenos de grande qualidade. Por isso, o nosso potencial turístico é extremamente elevado: quer o Turismo Cultural, quer o Turismo de Natureza, quer o Turismo de Experiência. 

Também me pergunto se estamos geograficamente mal posicionados? Não estamos. Encontramo-nos a duas horas de Lisboa e somos a porta de entrada para Espanha e para a Europa, situando-nos, aproximadamente, entre as duas capitais da Península Ibérica (Lisboa e Madrid). Para além de tudo isto, ainda temos no Distrito a Universidade de Évora. 

Fica claro que o problema não está nas pessoas que vivem em Mourão, não está no potencial turístico do nosso território que é muito elevado, nem está na nossa posição geográfica que é privilegiada. Aliás, os Municípios sinalizados no início e que têm atraído investimento, não têm características tão melhores que as nossas. Porque é que eles conseguem atrair investimento e nós não? 

A resposta é simples. Não temos um Poder Político que saiba atrair investimento, que saiba receber convenientemente os investidores que nos procuram. Mais do que isso, um Poder Político que saiba vender as suas fantásticas qualidades no distrito, no país e fora do país. Um Poder Político que seja proactivo e dinâmico. Em Mourão, infelizmente, o Poder Político não consegue fazer nada disto. É por isso que estamos a perder o comboio da atração de investimento. É por isso que os outros municípios do interior estão a atrair investimento e Mourão fica para trás. É preciso dar resposta a estas necessidades! Estão a desperdiçar o potencial e a atrasar o desenvolvimento do Concelho a um ponto de quase não retorno. 

É esta a realidade que vivemos. Não sou eu que o digo, são as evidências que estão à vista de todos, mas que alguns se recusam a ver. Falta ambição na condução dos destinos do nosso concelho. Mourão precisa de investimento, de criação de emprego, de dinamização do turismo, precisa de criar riqueza para melhorar a qualidade de vida das pessoas que cá vivem. Mourão precisa de tudo isto e quem gere os destinos camarários há mais de duas décadas já provou que não conseguiu dar... Precisamos de uma injeção de novas ideias, de juventude e de uma nova atitude que devolva o orgulho ao Município.