26 Outubro 2022      09:48

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Serpa e Lisboa celebram 8 anos de cante alentejano na UNESCO

A Festa do Cante 2022 arranca esta sexta-feira, em Serpa, para comemorar os oito anos do cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

De acordo com a agência Lusa, o evento irá decorrer até dia 27 de novembro em Serpa, mas também em Lisboa, destinando-se a comemorar a entrada do cante na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

A iniciativa, organizada pela Câmara Municipal de Serpa e pelo Museu do Cante Alentejano, com o apoio da Casa do Alentejo, em Lisboa, e da Direção Regional de Cultura do Alentejo, visa também “divulgar o cante e promover o convívio, a partilha e a troca de experiências entre cantadores e público”, sublinhou a organização.

A Festa do Cante arranca às 19:00 desta sexta-feira, no Cineteatro Municipal de Serpa, com o espetáculo de apresentação do CD “Alentejo Ensemble”, do Rancho de Cantadores de Paris (França).

Segundo a autarquia, este é “o primeiro grupo multinacional de cante” e “nenhum dos membros é alentejano”, integrando “apenas um português”.

O trabalho discográfico “Alentejo Ensemble” apresenta “um conjunto de modas emblemáticas do Alentejo, mas com uma roupagem contemporânea”. O disco, gravado por seis membros do grupo, “apresenta várias correntes, desde o tradicional ‘a capella’ a novos arranjos para instrumentos elétricos, passando pelos grupos de jovens e de mulheres”, indicou a organização.

A apresentação em Serpa vai contar com as participações do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento, Grupo Coral Feminino As Ceifeiras de Pias, Grupo Coral e Etnográfico da Academia Sénior de Serpa e Os Alentejanos.

Já o Museu do Cante Alentejano acolhe, a 5 de novembro, a apresentação do livro “Pelos Trilhos do Cante”, de Simão Miranda, por Mariana Cristina Borralho e com as participações do Grupo Coral da Adega de Vidigueira, Cuba e Alvito e do Grupo Coral Os Alentejanos da Damaia.

No dia 12, no mesmo local, é apresentada a obra “Práticas da Cultura na Raia do Baixo Alentejo, Utopias, Criatividade e Formas de Resistência”, de Dulce Simões, por Paulo Lima e pelo editor Fernando Mão de Ferro, com a participação do Grupo Coral Os Arraianos de Vila Verde de Ficalho.

“Natureza Morta”, de J. M. Rodrigues, é a exposição de fotografia que também vai poder ser visitada neste museu, a partir de dia 18 de novembro, enquanto, no dia seguinte, a Casa do Alentejo, em Lisboa, acolhe o concerto de apresentação do CD “Cantares do Alentejo”, obra do maestro e compositor Fernando C. Lapa, para guitarras clássicas, do projeto Cante Alentejano com Erudição, pelo Bracara Augusta Guitar Trio e com a participação do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa (16:00).

A Festa do Cante inclui ainda, a 26 de novembro, cante nas diversas localidades do concelho de Serpa, pelos grupos corais do concelho e, no dia seguinte, no cineteatro municipal (19:00), a cerimónia oficial do 8.º aniversário do cante como património da UNESCO, com atuações de diversos grupos do concelho, bem como de Vitorino e Celina da Piedade, entre outros.

Recorde-se que o cante alentejano, canto coletivo sem instrumentos, tornou-se Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, a 27 de novembro de 2014, graças a uma candidatura apresentada pela Câmara de Serpa e pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo.

 

Fotografia de unescoportugal.mne.gov.pt