12 Novembro 2021      09:49

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Santiago do Cacém vai acolher maior central solar de Portugal

Está prevista uma central solar para o concelho de Santiago do Cacém, que vai ter 1 242 megawatts (MW) de potência quando estiver concluída, avança o Jornal Económico.

Esta central — com o nome de THSiS — vai representar um investimento de mil milhões de euros pelos promotores, a Sunshining, sociedade portuguesa detida pelos espanhóis da Iberdrola e pela Prosolia Energy.

O projeto vai ser implementado numa área de 1 245 hectares, na união das freguesias de São Domingos e Vale de Água, numa zona do Alentejo litoral.

Segundo o mesmo jornal, este megaprojeto não foi selecionado nos leilões solares de 2019 e 2020, mas faz parte de um lote de acordos diretos com a REN e a E-Redes, empresas promotoras que querem construir centrais solares, sem direito a tarifa subsidiada, e que têm de suportar os custos para ligar as centrais à rede.

Já em outubro de 2020, a REN revelava que tinha recebido mais de quatro mil pedidos (no valor total de 270 gigawatts) para ligar as suas centrais à rede elétrica.

A construção desta mega central solar vai contar com 2 500 trabalhadores nas suas várias fases. A central tem um prazo de execução de quase dois anos, 22 meses, com uma vida útil prevista de 30 anos.

O projeto encontra-se atualmente na fase de avaliação de impacte ambiental, e em consulta pública, depois de ser reformulado para integrar as várias exigências feitas pela comissão de avaliação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com este período a terminar no próximo dia 24 de novembro.

Na sua avaliação ao projeto, os promotores destacam as mais-valias do projeto: “produção de energia a partir de uma fonte renovável sem emissão de gases como efeitos de estufa; reflexos positivos ao nível dos objetivos estabelecidos pelo país, definidos no Plano Nacional de Energia e Clima para 2030 (PNEC); benefício indireto nas populações e atividades económicas servidas, assim como no arrendamento dos terrenos; reduzida emissão de ruído”; entre outros.

Quanto aos impactes negativos, é destacada a “desorganização da paisagem e diminuição da qualidade visual pela presença das infraestruturas”; “redução dos padrões de calma originais, com alterações no comportamento de algumas espécies que utilizam a área”.

Note-se que este projeto supera em muito a atual maior central solar existente em Portugal, a Solara 4, localizada em Alcoutim, no distrito de Faro, com 220 megawatts (MW) espalhados por uma área descontínua de 320 hectares, recentemente inaugurada. Esta central em Martim Longo, sem direito a tarifas subsidiadas, vai ter a capacidade para abastecer anualmente uma cidade com 200 mil habitante, por exemplo, cidades como Braga (181 mil) ou a Amadora (175 mil).