A falta de cobertura de rede de internet e telemóvel em vários pontos do Concelho de Santiago do Cacém é uma situação que continua a causar constrangimentos no dia a dia das populações, sobretudo neste momento de pandemia da COVID-19 onde predomina o teletrabalho e as aulas online, queixa-se aquela autarquia alentejana. Um problema que tem sido denunciado pelo Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, que até à data não teve qualquer resposta ou solução por parte da Administração da Altice.
"A Altice é uma empresa privada, que comprou a antiga PT, empresa outrora pública, que tinha a obrigação da prestação do serviço público de telecomunicações à população". Álvaro Beijinha sublinha que “há uns anos alguém decidiu privatizar esta empresa e o que resultou é que sendo uma empresa privada, que visa o lucro, em localidades mais pequenas, em que o número de clientes é reduzido, não justifica do ponto de vista económico/financeiro fazer investimentos, nomeadamente, na rede de fibra ótica para que as pessoas possam ter internet com condições dignas”.
Para Álvaro Beijinha é indispensável que haja uma resposta aos cidadãos: “É inadmissível que um eleito local, um Presidente de Câmara que representa a população, não consiga falar com um responsável de uma empresa que tem como obrigação prestar um serviço público de qualidade e que não o está a fazer. Não tem a hombridade de ter no mínimo uma conversa telefónica com um Presidente de Câmara, para discutir os investimentos que estão previstos no seu Concelho. A Câmara Municipal recebeu, por parte da empresa, um email onde estão descritos alguns investimentos para o Concelho que consideramos muito insuficientes, por isso queríamos ter a oportunidade de discutir esta matéria com a Altice”.
O Concelho de Santiago do Cacém continua a ter zonas com muita dificuldade de acesso à rede de internet e de telemóvel, o que cria constrangimentos a vários níveis quer no que respeita ao teletrabalho, quer das aulas online. Embora, os alunos do 1.º Ciclo já tenham regressado às aulas presenciais, há muitas crianças e jovens em casa com muitas dificuldades no acesso à internet. Esta situação levou a que alguns alunos, em tempo de confinamento, tivessem de ir para as escolas de acolhimento por não terem acesso à internet.
“Não estamos a falar de montes isolados, falamos de localidades com um número significativo de pessoas. Eu próprio posso relatar a minha experiência pessoal. Onde vivo, é uma localidade pequena, muitas vezes não consigo fazer as reuniões por videoconferência por dificuldade de acesso à internet e tenho de me dirigir para a Câmara Municipal, como aconteceu inúmeras vezes no 1.º confinamento”, revela o Presidente da Câmara Municipal, que esclarece que este é um problema transversal aos Municípios do Litoral Alentejano.