4 Maio 2022      12:14

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Roteiro literário Levantado do Chão pode ser feito em Montemor-o-Novo

O Percurso n.º 1 do Roteiro Literário Levantado do Chão foi percorrido no passado dia 30 de abril, em Lisboa e Montemor-o-Novo, numa parceria entre o município alentejano, a Fundação José Saramago e o Museu do Aljube.

De acordo com fonte oficial, o percurso evoca momentos da obra “Levantado do Chão”, de José Saramago, “relacionados com as prisões, as torturas e os assassinatos do regime ditatorial sobre o povo alentejano”. Em Lisboa, é destacada a personagem João Mau-Tempo, enquanto em Montemor-o-Novo se destacam Germano Vidigal e José Adelino dos Santos.

O percurso pedestre em Lisboa, denominado “João Mau-Tempo: Resistência e Liberdade”, teve início na Fundação José Saramago, onde os viajantes de Montemor-o-Novo se encontraram com os viajantes de Lisboa. Aqui, foram convidados a conhecer a vida e a obra do autor, guiados por Sérgio Letria, diretor da fundação.

O restante percurso “retomou as memórias das prisões e torturas infligidas a João Mau-Tempo pelo regime do Estado Novo, destacando-se a visita ao Museu do Aljube, a cargo de Francisco Ruivo, que fez uma apresentação pormenorizada das várias etapas do Regime e da Cadeia, estabelecendo uma relação direta com João Mau-Tempo, Germano Vidigal e José Adelino dos Santos”, refere a mesma fonte.

Além disso, o percurso refez os primeiros passos em liberdade da personagem, depois dos seis meses nas prisões de Caxias e Aljube, passando pela Praça do Comércio e Estação do Terreiro do Paço.

O grupo de viajantes seguiu depois para Montemor-o-Novo, onde teve início o “Percurso Pedestre Germano Vidigal e José Adelino dos Santos”.

No Arquivo Municipal, os viajantes foram recebidos pela coordenadora Idalete Lebre, que convidou o grupo a conhecer o Arquivo e a visitar o Centro de Arquivo e Documentação da Reforma Agrária.

Nuno Cacilhas e Joana Sofio, técnicos do município, acompanharam os viajantes pelos restantes pontos do Roteiro.

O grupo parou ainda no Cineteatro Curvo Semedo, tendo assistido à atuação do grupo Coral Fora d’Oras, a propósito da celebração do seu 11.º aniversário.

A terminar o dia, junto ao Monumento a José Adelino dos Santos, Gertrudes Calção partilhou algumas memórias da sua infância, que espelham bem as dificuldades descritas nos vários episódios da obra “Levantado do Chão”.

 

Fotografia de radionovaantena.com