19 Abril 2021      22:17

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A revolução digital da pandemia

Não é novidade nenhuma que o digital veio para ficar. Com a pandemia de covid-19, mergulhámos na incerteza e tivemos todos de nos adaptar a uma nova realidade, realidade essa que nos empurrou para o mundo online. Se a Internet já tinha marcado uma revolução que nos lançou num caminho sem retorno, então agora ainda mais. De repente, os contactos passaram a ser virtuais, as reuniões de trabalho online, as aulas e as formações migraram para plataformas como o Zoom ou o Microsoft Teams. E se, a nível pessoal tivemos de nos adaptar, então as empresas também tiveram de se reajustar.

Os negócios que já estavam online tiveram de reforçar a sua presença, os seus canais de comunicação. Já as empresas que ainda haviam começado a dar os primeiros passos digitais, tiveram de acelerar o processo sob a ameaça de ficar para trás. A mudança digital, que muitos já afiançavam ser rápida, tornou-se vertiginosamente célere. E, claro está, perante crises também surgem novas oportunidades: Évora e Beja, por exemplo, registaram um aumento no número de empresas criadas no passado trimestre de 2021, de acordo com a Informa D&B.

Contudo, os negócios emergentes não se limitam à criação de uma empresa ou à venda de produtos ou serviços. Se 2020 e 2021 têm sido anos altamente atípicos devido a questões sanitárias, é igualmente verdade que estas novas dificuldades e condicionantes também trouxeram ideias inovadoras. Outro tipo de negócios e empreendedores, muito ligados ao “passa palavra” na sua divulgação de serviços, conquistaram espaço no mundo online. Por exemplo, profissionais como canalizadores, eletricistas, chaveiros, desentupidores, entre outros, que já eram difíceis de encontrar, ganharam uma nova plataforma, a Belfix.pt (clique aqui para mais informações), que os referencia. Com essa nova plataforma, os cidadãos podem encontrar rapidamente um profissional na sua área e agendar online o serviço desejado.

Já as plataformas Uber Eats ou Glovo ganharam uma nova dimensão nesta altura atípica, servindo igualmente de mediadoras entre os consumidores finais e as empresas (neste caso, os restaurantes). Assim, o último ano deu-nos provas de tantos exemplos, onde empresas transformaram obstáculos em oportunidades.  E para quem não acreditava que precisasse do online, agora é imprescindível acompanhar a mudança para sobreviver. Afinal, quem não aparece na pesquisa Google, não existe.

Com vários setores a ficarem afetados com a nova crise provocada pela pandemia, assistiu-se à tentativa de várias autarquias apoiarem o turismo, o tecido empresarial e a restauração a nível regional e local. Foi o caso do município de Ourique, que disponibilizou 100.000 euros para empresas e empresários em nome individual com contabilidade organizada ou simplificada no concelho, e o caso da câmara de Portel, que lançou um pacote de medidas exclusivas para o setor das atividades comerciais e económicas.

Já Aljustrel investiu um milhão de euros para criar o Centro de Negócios de Aljustrel, enquanto o município do Crato, com o mesmo montante, pretende criar um novo espaço para acolher o Gabinete de Empreendedorismo. Também ainda este mês a Delta Cafés lançou uma iniciativa para ajudar a restauração do país.

Portanto, nem tudo é mau nos tempos que correm. É também nas alturas mais difíceis que se vê uma esperança renovada, ondas de solidariedade e de apoio um pouco por todos os setores, que nos mostram que temos sempre muito a aprender com as crises.