5 Fevereiro 2017      11:08

Está aqui

REGUENGOS QUER DOMINAR NO TURISMO

O café central é um ícone de todas as localidades. As que já não têm, certamente já os tiveram.

Eles foram o fórum da vida social das localidades durante décadas e, com o passar dos anos, surgimento de novas atrações e polos sociais, muitos foram desaparecendo. Não será o caso em Reguengos de Monsaraz, onde o Café Central local, por onde passaram ilustres figuras reguenguenses, de todos os estratos sociais.

Projetado por António José Dias da Silva – arquiteto também da Igreja Matriz de Reguengos de Monsaraz e da Praça de Toiros do Campo Pequeno – o Café Central foi inaugurado em 1877, e era, até à data do seu encerramento, o ano passado um dos cafés centrais em funcionamento há mais tempo no país.

A autarquia viu logo ali a oportunidade de dinamizar o espaço – com obvia localização privilegiada – e de aí criar o Centro Interpretativo e de Acolhimento Turístico projeto que candidatou a fundos comunitários. O “novo” Café Central - projeto da autoria do arquiteto local Miguel Singéis - vai assim passar a dispor de uma zona de atendimento turístico, uma área de exposição, degustação e venda de produtos locais e regionais aos munícipes e turistas, concentrando-se aí toda a oferta que o concelho disponibiliza aos turistas.

Este projeto vai integrar um outro projeto a nível distrital, promovido pela CIMAC – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, denominado “Centros de Acolhimento Turístico e Interpretativos de Évora e Alentejo Central”, apresentado no final de janeiro, em Évora.

O Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, explicou a estratégia da autarquia na área da promoção e do desenvolvimento turístico passa por continuar a aumentar os números de visitantes, mas também por dar mais qualidade na receção aos mesmos, continuando a promoção da vila medieval de Monsaraz, do enoturismo da região, da olaria e do artesanato, do astroturismo, do Cante alentejano e de todas as potencialidades do Lago Alqueva.

Quanto à distinção “Cidade Europeia do Vinho 2015”, o presidente revelou que a mesma “trouxe notoriedade para o concelho e impulsionou a criação da marca territorial Capital dos Vinhos de Portugal, que a partir deste ano vamos promover no nosso país e nos principais mercados internacionais”.

Quando questionado sobre as expetativas que se criam com o nascer deste centro, José Calixto revelou que este “será o ponto central para dar a conhecer ao visitante propostas interessantes para prolongar a sua estadia na região, com benefícios para a economia local.” E que, uma vez na candidatura global destas infraestruturas promovida pela CIMAC, “haverá uma maior articulação com a cidade de Évora, o maior ponto de receção de turistas na região, que também terá centros de acolhimento turístico e que promoverá e divulgará a oferta turística nos restantes concelhos do Alentejo Central.” Sendo um orgulho para Reguengos de Monsaraz poder “trabalhar em rede em prol do turismo da região e articulando os concelhos e as suas potencialidades turísticas para que os visitantes recebam mais e melhor informação sobre o destino turístico e possam ter mais opções para prolongar a sua estadia na região.”

Em declarações ao Tribuna Alentejo, o edil reguenguense disse ainda que “Reguengos de Monsaraz é uma das portas da entrada dos turistas que chegam de Espanha, nomeadamente da Estremadura e da Andaluzia, duas regiões que em conjunto representam uma população semelhante à de Portugal. Nesse sentido pretendemos estimular e aumentar o fluxo turístico que vem destas regiões espanholas e estamos a trabalhar com intensidade estes dois mercados através da comunicação social e da nossa presença em feiras de turismo no sul do país vizinho e em Madrid, como aconteceu recentemente na FITUR, mas também em 2015 durante a Cidade Europeia do Vinho, em que estivemos em várias feiras de turismo e nas representações diplomáticas em Espanha.”