30 Outubro 2021      07:26

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Reflexões

Amanhã, aqui nos Estados Unidos, comemora-se o Halloween, a noite das almas, a noite das bruxas. Este é o último dia antes do dia dos finados e do Dia de todos os Santos. Dizem que no dia do Halloween as almas saem à rua e caminham pelos campos e pelas cidades… dizem que tudo se torna assustador. Assustadoras nesta altura do ano são também atitudes e ações diversas que, não correspondendo a uma atitude complacente com a candura da queda das folhas, se tornam quase como uma caça às bruxas.

Não tenhais medo de levantar a voz e dizer aquilo que, tantas vezes, se ofusca no nevoeiro da provável vinda de um D. Sebastião. Não receeis que as vozes que se levantam além da muralha de fogo se tornem o extintor da opinião livre e única. Toda a opinião é única porque nasce de nós e não é partilhada. Se essa mesma opinião fosse a réplica da opinião ou condicionada pela intersecção de caminhos duvidosos cujas intenções se ofuscam em nubilidades, não seria a opinião… seria apenas um reflexo assimétrico de algo vazio e clonado que equivale a zero. E, como todos sabemos, zero é o contrário de um.

Não vale a pena outorgar-se, para logo a seguir denegrir. São verbos que não se coadunam, que não se conjugam e cujos sujeitos se podem tornar puras antíteses.

Refletir, como faço no dia de hoje, antes do dia de amanhã, e do dia seguinte, torna-se importante para me perceber, para perceber a função de uma crónica, de um texto livre com o qual haverá discordância, haverá concórdia, haverá laudos e haverá rejeições. Todos os atos, ações e consequências são avaliadas no dia final, antes do dia das almas, antes do 1 de novembro. Aquilo que no dia de todos os Santos se torna realidade, deverá ser purgado no dia anterior, em que há o julgamento.

E, neste dia de reflexão, não de votação eleitoral, mas de acontecimentos espirituais, cabe-me terminar a última série de crónicas, refletir sobre elas, sobre as reações, e pensar no futuro, naquilo que o rio Letes leva e traz… e, sem pejo e sem medo de ameaça, continuar o caminho na montanha dos Himalaias.