Évora deve ter orgulho no seu passado, mas tem de olhar, obrigatoriamente, para o futuro.
Évora tem um conjunto de características que são fundamentais para ser uma cidade bem-sucedida. O concelho de Évora tem um elevado valor patrimonial, ambiental e social, pelo que merece uma atitude muito mais exigente, proactiva e liderante. Évora não pode continuar a desperdiçar oportunidades. Necessita de um projeto diferenciador daquele que vigora há muitos anos. Um projeto que seja mobilizador.
É necessário um projeto para o concelho de Évora repleto de ambição, modernidade e com uma visão positiva de futuro.
Questões que se colocam ao futuro das cidades, futuro este, que se avizinha cada vez mais próximo. Alguns temas relevantes com que temos de nos debater e preparar:
O futuro dos transportes
A melhoria dos transportes públicos e a promoção da intermodalidade são algumas das formas de melhorar a vivência dos utilizadores dos transportes coletivos. A implementação de sistemas de pagamento mais eficazes deve ser uma das matérias a considerar. O caminho vai no sentido de os municípios adquirirem transportes urbanos mais inteligentes e menos poluentes. Quais os investimentos que se encontram a realizar em Évora nestas áreas em concreto?
O impacto da tecnologia
Com o desenvolvimento das redes 5G vamos ter mais velocidade e maior cobertura digital. Beneficiando da quinta geração de rede móvel, mais aparelhos poderão estar ligados à internet ao mesmo tempo. Esta vantagem tecnológica não pode ser desperdiçada. Estamos a preparar-nos para esta revolução?
A melhoria da qualidade de vida
As questões tecnológicas têm um papel muito importante. No entanto, as cidades do futuro dependem também da capacidade de colaboração entre as pessoas, as instituições e as empresas. Parece-me decisivo encontrar os meios no sentido de que as pessoas possam estar mais tempo juntas, que possam interagir e colaborar.
Pela definição da Comissão Europeia (CE), ´´uma cidade inteligente é um lugar onde as redes e serviços tradicionais se tornam mais eficientes. Para isso adotam tecnologias digitais e de telecomunicações para o benefício de seus habitantes e negócios´´.
A saúde humana e o bem-estar psicológico são áreas que podem ser melhoradas e otimizadas através do uso de novas tecnologias e processamento de dados. Torna-se fundamental a otimização da qualidade dos espaços públicos, permitindo que as diferentes comunidades coexistam e interajam de forma saudável em espaços urbanos mais acessíveis e diversificados.
A organização da cidade e dos seus serviços
A cidades do futuro têm que apostar obrigatoriamente na criação de infraestrutura inteligentes, digitalizadas, eletrificadas, dotada de informação para reduzir riscos e tomar decisões com mais velocidade. Esta matéria é fundamental para responder aos desafios de desenvolvimento sustentável do presente e do futuro no mundo. Neste sentido, os municípios necessitam de transporte urbano mais inteligente, instalações de abastecimento de água e luz mais eficientes, entre outras matérias fundamentais para a mudança. Quais os investimentos em curso?
Adaptação às Mudanças climáticas e Tecnologias de Rutura
Procurar ter edifícios mais eficientes energeticamente deve ser uma prioridade. São decisivos para a diminuição das emissões de CO2 relativas à construção e manutenção de edifícios.
A digitalização da indústria da construção é decisiva para o sucesso das cidades do futuro. Para isso necessitam de um bom planeamento urbano, em que a arquitetura e o design são peças fundamentais.
A inclusão de materiais e compostos reciclados de base sintética, materiais capazes de fixar CO2 (como a madeira), matérias primas de fontes renováveis, a biomecânica, são outros aspetos a considerar. É fundamental compatibilizar estes materiais com matérias tradicionais. Um verdadeiro Plano de Salvaguarda do Centro Histórico de Évora deverá ter em conta estas temáticas. Isto está a ser feito?
Estas ferramentas permitem-nos viver de forma mais harmoniosa. Nas cidades do futuro o ambiente vai ser mais limpo e a energia utilizada será mais verde. Espera-se que os consumidores sejam mais autónomos, possam produzir a sua energia e sejam capazes de gerir os seus consumos em tempo real, minimizando os custos.
Espera-se também que os veículos sejam não poluentes, menos ruidosos e, que sejam abastecidos a partir de energia renovável.
Qual a estratégia a ser desenvolvida para dar estas respostas?
Os Municípios, enquanto centros de decisão e gestão destas redes, são decisivos para o desenvolvimento e resolução destas questões.
E Évora? Está a preparar-se para este futuro?
Tenho sérias dúvidas!
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