O interesse estrangeiro pelas terras agrícolas do perímetro de rega de Alqueva continua a crescer, com dados recentes a indicarem que 38,5% da área total já pertence a investidores internacionais. Segundo a EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, os principais interessados são investidores oriundos de Espanha, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Chile, com especial foco nas culturas do olival e do amendoal.
O fenómeno tem vindo a acentuar-se nos últimos anos, refletindo o atrativo que a região oferece, com disponibilidade de água, grandes extensões de terreno e um clima favorável à agricultura intensiva e superintensiva. O olival, em particular, tem sido o principal alvo destes investimentos, impulsionado pela procura mundial de azeite e pelas condições técnicas favoráveis que Alqueva proporciona.
Para Rui Garrido, presidente da ACOS – Agricultores do Sul, a presença de investidores estrangeiros não é necessariamente negativa. “Compreendo esse interesse e não vejo nada de grave em empresas estrangeiras adquirirem terras agrícolas de Alqueva”, afirmou, sublinhando que o importante é que as terras sejam exploradas de forma produtiva e sustentável. A crescente internacionalização do setor levanta, no entanto, questões sobre o acesso à terra por parte de agricultores locais e a sustentabilidade do modelo agrícola em prática.
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