15 Agosto 2021      11:47

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Projetos alentejanos nos eleitos do programa PROMOVE

Já se conhecem os eleitos para o financiamento a fundo perdido de cerca de 2,5 milhões de euros da 3ª edição do programa “Promove” e há vários projetos alentejanos nos eleitos.

Este programa é uma iniciativa da Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI e em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Pretende intervir e promover no desenvolvimento do interior do país e esta terceira edição visava especificamente três áreas geográficas específicas do país, sendo que, no Alentejo, se dirigia a todos os municípios das NUTS III Alto Alentejo e Baixo Alentejo, e ainda os municípios de Alandroal, Borba, Mourão, Portel, Redondo, Reguengos de Monsaraz e Vila Viçosa da NUT III Alentejo Central.

Após a extensão do concurso de 2020 para o início deste ano, do total nacional de 68 candidaturas de projetos de investigação ou desenvolvimento tecnológico ou inovação apresentadas, foram escolhidas 19 e que se dividem em três categorias.

Com abrangência no Alentejo, na categoria Projectos I&D Mobilizadores, foi eleito o projeto AQUADAPT — Ecossistemas fluviais à prova de alterações climáticas para uma gestão sustentável de parques e reservas naturais do município de Beja. É promovido pelo Instituto Superior de Agronomia, abrange e pretende avaliar o risco e construir ferramentas de adaptação para a região de forma a elevar a resistência e resiliência dos ecossistemas fluviais face às alterações climáticas.

Na categoria projetos-piloto inovadores, foram escolhidos 6 projetos alentejanos.

Um foi o proposto pelo InnovPlantProtect - Associação, “Sistema de previsão e deteção de pragas em montado (dehesa)” e que visa a prevenção de riscos naturais e gestão eficiente de recursos, neste caso particular, no município de Ourique. Com o desenvolvimento de um sistema de alerta será possível a deteção e controlo da dispersão da doença que provoca o declínio do montado e que afeta irreversivelmente o seu ecossistemas.

O “Pastagens Regenerativas”, iniciativa do ESDIME — Centro de Apoio ao Desenvolvimento, é um projeto que visa também combater a desertificação através da prevenção de riscos naturais e gestão eficiente de recursos, desta vez, no município de Castro Verde, através da experimentação e testagem de técnicas de mobilização do solo e gestão de pastoreio, promoção da adaptação climática, regeneração ambiental e sustentabilidade na gestão agro-pecuária extensiva em territórios de elevada aridez.

O AgroSatAdapt foi outro dos eleitos e tem como foco, novamente, o município de Beja. Pertence à Universidade de Évora baseia-se na prevenção de riscos naturais e gestão eficiente de recursos através da criação de ferramentas analíticas que possam promover a sustentabilidade pela gestão da paisagem e do potencial produtivo da região recorrendo a dados de remotos (satélites e outros) e climáticos, hídricos e socioeconómicos para caracterização de regiões dominadas por atividades agro-silvopastoris.

Outro projeto eleito foi o do Armazém da Bolota. Com base em Portalegre, intervém na valorização da bolota como matéria-prima, evidenciando o seu valor nutritivo e a ausência de glúten como mais-valia para a indústria agro-alimentar e contribuindo assim para assegurar a competitividade económica da floresta endémica alentejana.

Também com incidência no Alentejo, mais concretamente Serpa, é o projeto da “Betão e Taipa, Construção e Recuperação de Edifícios”. Um projeto-piloto inovador que quer desenvolver soluções para melhorar o comportamento térmico dos Blocos de Terra Comprimidos (BTC), incorporando materiais de baixo custo e reduzido impacte ambiental.

Nas ideias inovadoras, o Alentejo viu serem premiados dois projetos dos seus dois politécnicos: o “Alentejo By Knife & Fork” do Instituto Politécnico de Portalegre. Esta iniciativa quer atrair turistas e residentes através da criação de passeios turísticos em viaturas de luxo, capazes de transportar pessoas de mobilidade reduzida, e que integrem no itinerário o património histórico e etnográfico, assim como a hotelaria, gastronomia e vinhos do distrito de Portalegre; o outro escolhido foi o Acetic2Electric, do Politécnico de Beja, e que propõe a utilização da bactéria “Geobacter sulfurreducens” na cadeia de produção de bioetanol de modo a eliminar inibidores da fermentação alcoólica e contribuindo para a viabilização de biorrefinarias usando resíduos da indústria do azeite.

O Programa Promove, lançado em 2018, premiou nas edições de 2018 e 2019, 13 projetos-piloto inovadores e 7 ideias de estudantes de instituições de ciência e ensino superior localizadas nas áreas abrangidas, com um investimento total de cerca de 1,4 milhões de euros.

Em 2019, foram recebidas quarenta e duas candidaturas de projetos-piloto e dezasseis propostas de ideias, um aumento significativo face às vinte e oito candidaturas de projetos-piloto registadas em 2018, ano em que foram premiados cinco projetos correspondentes a um valor total de perto de 400 mil euros.

 

Imagem de forbes