19 Agosto 2020      09:33

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Projeto vai recuperar e inventariar património subaquático do Alentejo litoral

O projeto “Um Mergulho na História” vai recuperar e inventariar o património cultural subaquático do Alentejo litoral, de acordo com um protocolo entre a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Segundo a Lusa, este protocolo vai permitir desenvolver “um sistema de informação geográfico que suporte processos de decisão e gestão do património cultural subaquático, o registo, análise e inventariação” dos sítios arqueológicos do litoral alentejano.

Em comunicado, o IPMA refere que o projeto, vencedor do Orçamento Participativo Portugal (OPP) 2018, vai permitir caracterizar, num período de 24 meses, os vestígios arqueológicos relacionados com o património cultural náutico e subaquático, além de criar conteúdos em formato digital, recorrendo à realidade aumentada e virtual.

O projeto tem ainda como objetivo “a promoção do envolvimento das populações locais na temática da arqueologia náutica e subaquática como um valor cultural e a formação do treino em arqueologia náutica e subaquática a alunos do ensino superior”.

Esta iniciativa foi criada por uma equipa multidisciplinar de arqueólogos subaquáticos, historiadores, engenheiros, biólogos, estudantes e voluntários, que pretendem desenvolver uma carta arqueológica subaquática integrada da costa do Alentejo litoral.

Os promotores do projeto adiantam que esta carta irá “registar naufrágios por regiões, com análise crítica, com os sítios inventariados a serem analisados e catalogados em relação à sua relevância, estabilidade, ameaças, custos de monitorização, registo ou intervenção”, acrescentando que, “de moedas em ouro a canhões em ferro, de lingotes de prata a astrolábios em bronze, de pratos em estanho a navios em carvalho português, dos ossos dos marinheiros quinhentistas à tradição oral das gentes do mar, tudo isto está no fundo do mar português e na memória do nosso povo”.

Os responsáveis querem ainda utilizar “tecnologia portuguesa” para “encontrar e resgatar das profundezas esses vestígios até agora esquecidos”, de forma a “promover uma investigação científica rigorosa que localize, inventarie e coloque esses naufrágios até agora perdidos ao alcance de todos os cidadãos”.

A carta arqueológica subaquática será depois partilhada com a Marinha Portuguesa, a Polícia Judiciária, os serviços dos ministérios da Cultura e do Mar e as autarquias de Alcácer do Sal, Grândola e Sines, no distrito de Setúbal.