19 Abril 2021      09:17

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Projeto promete capacitar PMEs do Alentejo à escala mundial

Alexandre Rios, diretor do PortusPark

As associações PortusPark e a TecParques juntaram-se para desenvolver um programa, designado por Transtech, para dar às Pequenas e Médias Empresas das regiões Norte, Centro e Alentejo a oportunidade de melhor se qualificarem, de forma gratuita, para ficarem na órbita dos grandes produtores das áreas com maior peso na economia mundial.

De acordo com o Dinheiro Vivo, o objetivo principal é permitir às PME saber que requisitos têm de ter para responder aos desafios e tendências das grandes cadeias mundiais dos setores agroalimentar, automóvel, aeronáutica, energia/descarbonização e tecnologias de informação. Adicionalmente, está ainda prevista a possibilidade de envolver as grandes cadeias para que possam conhecer a realidade das PME, em particular as de cariz tecnológico e criativo inseridas nos parques de ciência e tecnologia nacionais.

Alexandre Rios, diretor da PortusPark, principal instituição do consórcio, explica que o programa terá várias etapas, a desenvolver até ao final de setembro de 2022, contando investir 326 mil euros ao abrigo do Compete.

O programa arrancou em outubro e, atualmente, está já em conclusão a fase de diagnóstico, um levantamento feito junto de PME dos setores mencionados, bem como empresas de referência e associações também a eles ligados. Será um universo de “centenas” de entidades convidadas a identificar os tais desafios, tendências e requisitos, num processo que decorreu através de contactos diretos e de recolha de informação por questionários.

O responsável diz ainda que a seleção das regiões Norte, Centro e Alentejo visa contribuir para “reduzir as assimetrias existentes em certos pontos dessas áreas geográficas face ao resto do país”.

A partir dos resultados do diagnóstico, a iniciativa vai evoluir para a realização de um conjunto de workshops, cerca de uma dezena, com arranque previsto para maio, a cargo de especialistas em gestão do conhecimento, literacia financeira, processos de certificação e redes de inovação, entre outros, tanto com abordagens setoriais específicas, como transversais a vários setores.

Já a terceira etapa do Transtech prevê a realização dos chamados “roteiros de inovação”, através dos quais um conjunto de participantes poderá ir visitar empresas de referência nos setores considerados na sua região, bem como centros tecnológicos, unidades de investigação e laboratórios que apoiam essas atividades.

Por último, o programa culminará com sessões de partilha internacional, a cargo das duas associações de parques de ciência envolvidas, no âmbito da sua participação nas conferências da IASP - International Association of Science Parks.

Alexandre Rios adianta também que o site do Transtech deverá ficar disponível “dentro de um mês”, sendo a ferramenta através da qual os interessados poderão obter informações sobre o programa e efetuar as suas inscrições nas várias iniciativas.

Ana Paula Grijó, dirigente do TecParques, esclarece igualmente que será no seminário de encerramento de toda a iniciativa que os promotores irão divulgar as conclusões do diagnóstico estratégico dos setores identificados no projeto e “apontar caminhos para lidar com os fatores mais críticos da competitividade nacional”, na convicção que os setores escolhidos são “os que mais podem incentivar os restantes domínios da economia, gerando um efeito de arrastamento de que todos podem beneficiar”.

 

Fotografia de dinheirovivo.pt