16 Fevereiro 2021      11:16

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Primeira bicicleta portuguesa para cargas nasce no Cartaxo

A primeira bicicleta portuguesa para cargas está a ser desenvolvida no Cartaxo pelo jornalista Luís Costa Branco e o empresário Luís Rato. Este veículo vai servir, sobretudo, para as empresas de logística nas áreas urbanas, mas também estará disponível para consumidores particulares, sendo que as primeiras unidades vão chegar ao mercado ainda neste semestre.

Em declarações ao Dinheiro Vivo, Luís Costa Branco, cofundador do projeto, explica que “como particular ou empresa, se quiser comprar uma bicicleta deste género, não há oferta nacional. Queremos ocupar essa vaga, para que as pessoas não tenham de esperar pelo envio da bicicleta do estrangeiro e assim terem acesso ao produto de forma muito mais imediata”.

Esta nova bicicleta tem o nome temporário de E-VM e pode assumir as configurações de duas e três rodas. O peso total por bicicleta será de cerca de 150 quilos, incluindo uma bateria de 2,5 kW, que tanto poderá permitir o transporte de pessoas como de volumes. O preço final ainda não está definido, mas o objetivo é vender “por um preço ligeiramente abaixo dos Países Baixos e dos países nórdicos”.

De acordo com o jornalista, numa primeira fase, o projeto passa pela transformação das bicicletas. “Vamos comprar bicicletas normais e depois acrescentar as baterias e a caixa de carga. Falta ainda perceber que tipo de chassis vamos desenvolver para se ajustar aos diferentes tipos de utilizações”.

Além disso, o projeto conta também com cerca de uma dezena de parceiros, desde as baterias ao desenho das bicicletas, passando pela produção da caixa colocada na cargo-bike. Para mais, está a ser desenvolvida uma aplicação móvel, para agregar vários veículos não poluentes na área da micrologística, associados sobretudo às entregas.

Este projeto une dois apaixonados pelas bicicletas, que já se conhecem há vários anos. Luís Costa Branco usa a bicicleta para se deslocar para o trabalho, enquanto que Luís Rato, associado atualmente ao negócio das food trucks, tem um histórico ligado às bicicletas de competição.

Os dois fundadores começaram a desenvolver a bicicleta há dez meses e já investiram um total de 200 mil euros na ideia. A fábrica da Verso Move, no Cartaxo, é o epicentro dos trabalhos.

Segundo Luís Costa Branco, o maior desafio é convencer as empresas a comprar estes veículos. “Temos um caminho a fazer junto das empresas de logística e do retalho, para perceberem que há processos de entrega que podem ser melhorados e mais amigos do ambiente, indo ao encontro das metas de redução das emissões. É uma mudança comportamental”.

No caso dos particulares também existe um mercado potencial, porque “há muita gente que não consegue transportar as compras sozinha; também pode proporcionar uma forma diferente de viver as cidades”.

Para já, a bicicleta para cargas recebeu a manifestação de interesse da Worten e também de um operador logístico, cuja identidade não foi revelada por questões de confidencialidade. As primeiras unidades devem começar a chegar entre maio e junho.

 

Fotografia de dinheirovivo.pt