2 Dezembro 2022      10:37

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Presidente da Câmara de Estremoz antevê dificuldades depois do chumbo do orçamento

José Daniel Sádio, presidente da Câmara Municipal de Estremoz

José Daniel Sádio, presidente da Câmara Municipal de Estremoz, alertou durante o dia de ontem, 1 de dezembro, para as dificuldades que o município vai ter de enfrentar devido ao chumbo da proposta de orçamento municipal para o próximo ano pela oposição.

“O chumbo de um orçamento não é uma brincadeira. Os que andam na política, com mais ou menos experiência, têm de ter responsabilidade e a consciência do problema que colocam em cima, não só do executivo, mas de Estremoz”, disse o autarca do PS, citado pela agência Lusa.

A rejeição desta proposta de orçamento para 2023, com um valor de 20,9 milhões de euros, aconteceu na passada quarta-feira, dia 30 de novembro, em reunião de câmara, durante a qual foram registados os votos contra do Movimento Independente por Estremoz (MiETZ) e da coligação PSD/CDS-PP/PPM.

Desta forma, os três votos a favor dos eleitos pelo PS revelaram-se insuficientes para obter a aprovação da proposta de orçamento para o próximo ano, devido aos quatro votos contra dos três eleitos do MiETZ e da vereadora da coligação PSD/CDS-PP/PPM.

O presidente da Câmara considera que esta reprovação tem “impacto na governabilidade da Câmara”, sublinhando que as dificuldades vão começar a fazer-se sentir já no próximo mês de janeiro e que não é possível “governar uma câmara com duodécimos”, uma vez que isso impossibilitaria a implementação dos novos projetos inscritos na proposta de orçamento que não conseguiu obter aprovação.

A rejeição do orçamento municipal causou surpresa em José Daniel Sádio, que deixa críticas às forças da oposição, o MiETZ e a coligação PSD/CDS-PP/PPM, por considerar que estes deram origem a “uma coligação negativa”.

Para o presidente do município, “do lado do PSD/CDS-PP/PPM, a única lógica” para o sentido da sua votação prende-se com a “promoção política da vereadora” Sónia Ramos, que se encontra também como deputada na Assembleia da República, com o objetivo de, ainda segundo o autarca, “à boleia da contestação nacional, ser protagonista em Estremoz”.

Já o MiETZ é acusado pelo autarca de ter deixado “o concelho com graves problemas” durante o período em que este movimento governou o município e de pretender “parar já” o trabalho de gestão do PS, que “está a correr muito bem”, defende.

Levantada a possibilidade de levar a cabo negociações com a oposição, José Daniel Sádio afirma que vai “refletir e ponderar”, admitindo “todos os cenários”.

Em declarações à agência Lusa, José Carlos Salema, vereador do MiETZ, revela que o voto contra deste movimento ficou a dever-se ao facto de a gestão PS “não ter uma visão estratégica, clara e definida para o desenvolvimento do concelho”.

“Não resolve os problemas estruturais do nosso concelho, nem estimula a fixação de empresas e de pessoas e a criação de postos de trabalho”, considera ainda este vereador, que foi o cabeça-de-lista do MiETZ nas autárquicas de 2021.

A agência Lusa falou também com a vereadora eleita pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, Sónia Ramos, que afirmou que o orçamento apresentado “limitava-se a gerir alguns projetos existentes”, defendendo que não havia neste documento uma visão estratégica para Estremoz.

A vereadora Sónia Ramos admitiu ainda que algumas das suas propostas foram também tidas em conta neste orçamento, mas explicou que não haveria verba para as respetivas rubricas ou que a verba não seria suficiente para proceder à sua implementação no próximo ano.

 

Fotografia de swportugal.pt