9 Janeiro 2020      14:37

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Preço da carne de porco dispara 97% na China e beneficia produtores alentejanos

A subida do preço da carne de porco em 97%, em dezembro, manteve a inflação na China ao nível mais alto em sete anos, apesar dos esforços para reduzir a escassez causada por um surto de peste suína.

O preço da carne de porco, a principal fonte de proteína animal na cozinha chinesa, segundo do Jornal de Negócios, quase duplicou, e puxou a inflação em todo o setor alimentar, agravando os efeitos da desaceleração da economia chinesa e de uma prolongada guerra comercial com os Estados Unidos. O fenómeno tem beneficiado também os produtores alentejanos. “É uma loucura total: eu arrisco-me a dizer que, para 2020, já tenho os porcos todos vendidos”, disse à agência Lusa, em outubro passado, o diretor comercial do matadouro português Maporal, Marco Henriques.

Do matadouro da Maporal, em Reguengos de Monsaraz, saem todas as semanas perto de 150 toneladas de carne com destino ao oriente. “E se produzíssemos mais, vendíamos mais”, garante Marco Henriques.

O volume de negócios da Maporal vai ultrapassar em 2020 os 100 milhões de euros, resultado sobretudo de um surto de peste, que fez a China perder cerca de 25% da sua produção de carne de porco, o equivalente a toda a produção europeia. A empresa está já a ampliar o matadouro e vai passar de 70 para mais de 180 funcionários, mas admite nunca conseguir dar resposta a tanta procura. Anda segundo Marco Henriques "o que enviamos num ano não chega para alimentar uma província chinesa durante uma semana”.

“Nesta fase estamos a mandar todo o produto para a China por causa da sua situação específica, mas se eles pararem de comprar não teremos problema. Estamos a usar a China para catapultar o início do negócio, mas vendemos para mais de 40 países”, incluindo Coreia do Sul, Japão, Colômbia ou Chile.