17 Fevereiro 2022      10:37

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Portalegre atribui mais uma casa para fixar médicos no concelho

Fermelinda Carvalho, presidente da Câmara Municipal de Portalegre

A Câmara Municipal de Portalegre aprovou, na passada reunião do executivo a 31 de janeiro, a atribuição de uma nova habitação de tipologia T2 à Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), destinada “a alojamento de pessoal médico que ingresse no Hospital Dr. José Maria Grande, para desempenho da sua atividade laboral”.

A informação é adiantada pela autarquia em comunicado, que garante que “assumiu a implementação de uma política de incentivos à fixação de recursos humanos, que facilite a instalação de pessoal médico”, dado “o manifesto interesse público” em reverter “uma situação considerada muito crítica no que diz respeito ao acesso à saúde”.

Ainda segundo o município, Portalegre e o Alto Alentejo têm uma parte significativa da população muito envelhecida, “estruturalmente fragilizada e a viver num contexto socioeconómico bastante desfavorecido”. Neste sentido, há que reunir “o empenho de todos os meios e esforços para promover condições para a fixação de profissionais no território”.

Em declarações à TSF, Fermelinda Carvalho, a presidente da Câmara de Portalegre, explica que “já tínhamos duas casas disponíveis, que são propriedade do município, estão localizadas no centro histórico, devidamente mobiladas e colocadas à disposição da nossa unidade local de saúde, o Hospital Dr. José Maria Grande. Agora disponibilizámos mais uma habitação. Já são três casas disponíveis para todos os médicos que queiram vir trabalhar para Portalegre e não tenham cá casa. Isto tudo porque fixar médicos no interior é muito difícil e o município quer dar também uma ajuda ao Ministério da Saúde”.

“No caso de oftalmologia, à mais pequena coisa os doentes têm de ser deslocados para Évora ou para Lisboa, mas há outras especialidades. Também há a obstetrícia, em que as grávidas por vezes têm de ser encaminhadas para Évora. Não pode ser. Infelizmente há poucos médicos cujo sonho é fixarem-se aqui em Portalegre, que é dos poucos distritos que não tem autoestrada que traga as pessoas, nomeadamente de Lisboa”, acrescentou a autarca.

De acordo com o mesmo comunicado, “a atribuição de casas para instalação de pessoal médico tem sido assumida pelo município como uma forma de discriminação positiva para atrair e fixar jovens médicos no concelho e ao mesmo tempo revitalizar o Centro Histórico da cidade”.

Recorde-se que “esta é já a terceira casa colocada à disposição da ULSNA para ocupação, sendo atribuída por um período máximo de dois anos, após a colocação do profissional médico e cessando decorrido esse prazo”, acrescenta a autarquia.