1 Outubro 2020      09:18

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Plano estratégico defende Porto de Sines como hub ibérico e polo industrial

Álvaro Nascimento, coordenador do estudo Opções Estratégicas para o Porto de Sines 2020-2030, defendeu que o Porto de Sines tem potencial de crescimento e capacidade para se tornar a porta de entrada e de saída da Península Ibérica na fachada Atlântica, avança o jornal Expresso.

O responsável falava na apresentação do plano estratégico, feito em colaboração com a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), e apresentado esta quarta-feira em Sines.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, esteve também presente na cerimónia, destacando o importante papel que o porto pode desempenhar na industrialização do país. O governante defendeu que é importante no contexto da Península Ibérica, mas reconheceu que há várias portas de entrada na Europa, e Sines é apenas mais uma delas. “Roterdão é uma porta de entrada na Europa maior do que esta. Portas de entrada existem dezenas. Sines pode ser um porto relevante na Península Ibérica, mas há um potencial que ainda não estamos a usar”.

O ministro adiantou ainda que “temos de usar o Porto de Sines como um polo de desenvolvimento industrial do país”, afirmando que o Estado terá de ter um papel central nesta matéria, apontando como exemplo a estratégia nacional que tem sido apontada pelo Governo na área do hidrogénio. “O país desenvolve-se quando o Estado toma a dianteira”, sublinhou.

Pedro Nuno Santos considerou também que o Porto de Sines tem de ser capaz de enfrentar e ultrapassar o desafio da descarbonização, da digitalização e da industrialização.

Já Álvaro Nascimento sustentou que Sines “é o porto europeu com maior capacidade de crescimento”, tendo de saber usar as vantagens que tem a seu favor, nomeadamente como polo agregador dos múltiplos interesses à sua volta. “O Porto de Sines tem de ser uma estrutura dinâmica com capacidade de aportar desenvolvimento económico”, apontou o académico da Universidade Católica do Porto.

“Sines precisa de reforçar a capacidade de centralidade e conectividade não só física, mas também de infraestruturas de comunicação. Sines tem capacidade de se afirmar numa comunidade mais ampla”, sublinhou o professor universitário.

Por outro lado, Tiago Lopes Paulo, quadro dos Portos de Sines e do Algarve e um dos responsáveis pelo estudo de opções estratégicas, defendeu que Sines tem de ter, nos próximos três anos, 3% da quota de carga ibérica, contra os atuais 1,7%.

 

Fotografia de dinheirovivo.pt