A Barragem do Pisão, a ser construída junto à pequena aldeia do Pisão, que desaparecerá como desapareceu a Aldeia da Luz em Alqueva, já foi anunciada pelo menos 3 vezes mas nunca saiu do papel. Mário Soares, António Guterres e Durão Barroso enquanto primeiros-ministros apresentaram-na como uma obra que se concretizaria mas até hoje nada aconteceu. Mas amanhã o governo prepara-se para fazer o anúncio, tornando-se no quarto a fazê-lo. À quarta pode ser de vez.
Os últimos anos de seca têm aumentado a pertinência daquela obra e já em 2016 houve consenso total na Assembleia da República para incluir o projeto hidráulico de fins múltiplos do Crato (Barragem do Pisão) nas prioridades de investimento em regadio. Todos os partidos votaram favoravelmente o projeto de resolução, apresentado então pelo PCP.
Todos os partidos políticos parecem defender que a construção da Barragem do Pisão poderá fomentar fortemente a atividade agrícola, agroalimentar e turística da região, já que o projeto inicial prevê a cobertura de nove mil hectares, beneficiando os concelhos do Crato, Alter do Chão, Portalegre, Avis e Fronteira.
Em 2013 os autarcas dos 15 concelhos de Portalegre clamavam por fundos comunitários para a obra poder avançar. Mas até hoje a Barragem do Pisão não passou disto, e já esperou tanto como Alqueva.
Fontes na Assembleia da República indicam que a cerimónia para anunciar construção da barragem do Pisão está marcada para as 17:00 de amanhã, sexta-feira, na Praça do Município, em Crato.
Há orgãos de comunicação social locais que acrescentam que a cerimónia servirá para apresentar as conclusões do relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho criado pelo Governo para fazer uma avaliação da viabilidade técnico-financeira da Barragem do Pisão e já esta semana o Ministro da Agricultura Capoulas Santos deu a entender que o Governo vai avançar com a obra.
Imagem de capa Enric Vives-Rubio
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