1 Setembro 2018      10:00

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A péssima solução para o comboio de mercadorias em Évora

Agora já sabemos qual a solução escolhida para o atravessamento do comboio de mercadorias em Évora. Já é conhecido o resultado da Avaliação de Impacto Ambiental. Foi publicado durante o mês de agosto, no sítio da internet da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Documento Resumo onde é apresentada a solução referente ao projeto da "Ligação Ferroviária entre Évora e Évora Norte – Variante de Évora", inserida no Corredor Internacional Sul.

Este troço irá permitir estabelecer a ligação entre a Rede Ferroviária Convencional (Linha de Évora já intervencionada entre Bombel e Évora) com a Nova Ligação Ferroviária entre Évora Norte e Elvas/Caia, integrando o Corredor Internacional Sul desenvolvido com o objetivo de concretização de uma ligação entre os Portos do Sul (Sines, Setúbal e Lisboa) e a fronteira espanhola (Caia/Badajoz).

De acordo com a mesma informação, a empresa IP – Infraestruturas de Portugal, S.A. adjudicou à ARQPAIS - Consultores de Arquitectura Paisagista e Ambiente, Lda a elaboração do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) referente ao referido trajeto.

A apreciação ao Estudo de Impacte Ambiental (EIA) foi efetuada pela Comissão de Avaliação (CA), a qual fez a verificação da conformidade dos documentos recebidos para o procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA).

No EIA em questão foram estudadas 3 soluções alternativas e, tal como é obrigatório, foram avaliados os seus impactes nos vários descritores ambientais, de modo a permitir a seleção de uma solução considerada como mais favorável.

Resultado desta análise, foi concluído que o Corredor mais favorável para prosseguimento dos estudos, em fase de Projeto de Execução, corresponde ao corredor da Solução 2. Esta é, sem dúvida alguma, uma solução que prejudica gravemente os Eborenses, nomeadamente os moradores do Bairro de Santo António, da Garraia e da Quinta do Evaristo.

Tal como tenho manifestado em diferentes fóruns sou contra esta solução, porque é altamente prejudicial para os eborenses. Os impactos para alguns bairros/zonas residenciais da cidade são enormes.

São várias as razões para defender outra solução:

1 - A possibilidade de desenvolvimento do corredor 4 (melhor traçado) deve ser tentada, prosseguido e concretizado. Sem dúvida o traçado com menores impactos para a Cidade de Évora. Apesar de não ser a melhor solução, e caso o corredor 4 não possa ser concretizado, o corredor 3 (adjacente ao traçado do IP2) pode ser uma solução a equacionar/aceitar. Nunca a solução 2.

2 – A linha de atravessamento por Évora (em zonas urbanas) deve servir passageiros e mercadorias, excluindo quaisquer mercadorias/materiais perigosos. São conhecidos vários exemplos de graves desastres ocorridos noutras cidades em diferentes países.

No entanto, esta opção deve ter em consideração os seguintes aspectos:

3 - Deve ser evitado o atravessamento pela Cidade (zona urbana) de composições ferroviárias transportando mercadorias/materiais perigosas. Esta situação deve ficar claramente acautelada.

4 - O ideal é ficar prevista a criação de uma variante com atravessamento mais próxima das áreas empresariais, destinada à passagem de composições ferroviárias que transportam as mercadorias / materiais /substâncias perigosas. Nesta via alternativa deverão passar todas as composições ferroviárias que não tenham paragem em Évora.

Não esquecer que estamos a falar de composições ferroviárias com mais 750 metros de comprimento e podem ser mais de 6 dezenas a passar por Évora, por dia.

Deixo um apelo aos Movimentos de Cidadãos de Évora que lutaram para evitar o atravessamento no Corredor 1 (junto à N. Sra da Saúde), que reforcem o combate para evitar esta péssima solução. É fundamental defender o interesse de todos os eborenses!

 

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